Esta conversa era há muito esperada porque estava escrito nas estrelas que só haveria avanços sérios nas negociações entre russos e ucranianos depois de uma conversa entre Vladimir Putin e Donald trump e, de facto, parece ter sido isso mesmo que sucedeu, o que remete os aliados europeus da Ucrânia para uma posição secundária.
Segundo a britânica Sky News, foi o próprio Donald Trump que anunciou que será já nas próximas horas que os dois lados vão encetar conversações directas com vista a um cessar-fogo enquanto Vladimir Putin surgiu a dizer que Kiev e Moscovo vão agora criar um compromisso que sirva a ambos para garantir que o trabalho a ser feito tem viabilidade.
Esta longa conversa, segundo Trump "correu muito bem" e teve resultados gratificantes porque vai ser possível aproximar o fim da mortandade que está a ceifar a vida a "mais de 5 mil pessoas, na maioria jovens, todas as semanas" em ambos os lados.
Numa publicação na sua rede social, a Truth Social, Trump falou num "espírito excelente" para definir a conversa com o seu homólogo russo que foi "muito útil" porque não ficou apenas escrito na pedra que haverá um cessar-fogo sólido como se "caminhará rapidamente para o fim do conflito".
O americano acrescentou que delegações da Federação Russa e da Ucrânia se vão encontrar rapidamente para definir as condições para tanto o cessar-fogo como depois para acabar com a guerra, avançando que este sucesso da sua intervenção só é possível porque "eles estão a par dos detalhes das negociações que mais ninguém repararia".
Mas notou que questões de comércio bilateral com os EUA estão por detrás deste avanço, apontando que os russos querem iniciar comércio com os EUA "em larga escala" e a Ucrânia terá também fortes benefícios com essa ferramenta.
Do lado do Kremlin, segundo a russa RT, Putin sublinhou a "clara utilidade" desta conversa quanto ao tópico principal que é a guerra na Ucrânia, tendo o Presidente russo, logo após a conversa, agradecido ao seu homólogo norte-americano pelos seus esforços em abrir o caminho para as conversas directas entre russos e ucranianos.
"Pela nossa parte, eu também enfatizei que a Rússia apoia uma resolução pacífica para o conflito ucraniano", disse Putin, acrescentando que "é preciso agora encontrar um caminho efectivo e comum que leve ambos os lados para a paz" que a Rússia tem descrito como tendo de ser forçosamente sustentável e duradoura.
E garantiu que a Federação Russa "está disponível para criar as condições para a elaboração de um memorando que estabeleça as condições para um compromisso de paz entre os dois países".
E aproveitou para lembrar que a recente retoma das conversas com Kiev já tinham sido um bom indicador de que as coisas estão a seguir "no caminho certo", estando agora em primeira linha a demonstração de ambos os lados de que querem mesmo acabar com as hostilidades.