Depois do descalabro eleitoral de 29 de Maio, onde o Congresso Nacional Africano (ANC) se ficou pelos 40%, menos 15% que em 2019, perdendo a maioria absoluta pela primeira vez desde a queda do regime do apartheid, erra urgente encontrar uma solução.

Depois de um primeiro "teste" à possibilidade de uma coligação com a Aliança Democrática (AD), o segundo mais votado, com 21% (ver links em baixo nesta página), que foi rejeitado pelas bases do ANC, o que não surpreende por de tratar dos herdeiros do antigo regime, mesmo que já se tendo afastado dessa herança, Ramaphosa realinhou o azimute e apostou numa solução mais abrangente.

Segundo os media sul-africanos, o presidente do ANC e do país anunciou que o partido cegou a um consenso para uma solução que passará pela constituição de um governo de unidade nacional, embora falte agora perceber com que componentes.

"Chegamos a um acordo para convidar partidos políticos para formar um governo de unidade nacional, o que é entendido como a melhor solução para o país", disse Ramaphosa aos jornalistas depois de longas horas de reunião do Comité Executivo do ANC.

Segundo alguns analistas sul-africanos, nos próximos dias saber-se-á que partidos vão alinhar nesta solução de Ramaphosa (no centro da fotografia), sendo que, ao que tudo indica, a AD, de John Steenhuisen (na foto, à esquerda), e os Combatentes da Liberdade Económica (EFF) de Julius Malema (à direita na foto), são os que estão mais receptivos.

De fora poderá ficar o MK do antigo líder do ANC e do país, Jacob Zuma, que obteve uns impactantes 14 por cento nas eleições gerais de 29 de Maio e que se apresenta como uma sólida alternativa ao ANC, embora fragilizado pela idade avançada do seu líder e fundador.