Por um lado, Blinken foi recebido esta segunda-feira pelo Presidente Xi Jinping, o que não estava na agenda, mas era uma possibilidade, tendo os analistas adiantado antes que se tal sucedesse era um bom sinal para o equilíbrio das relações bilaterais, mas, por outro lado, o líder chinês avisou que "nenhum país deve procurar moldar o outro aos seus interesses".

XI JInping foi mais longe e disse que "o futuro da Humanidade depende das relações entre os dois países" e que Pequim não vai "desafiar Washington", o que pressupõe esperar que também Washington não desafie Pequim, embora o Presidente da China tenha afirmado que pretende "uma relação sólida e estável" com os EUA.

"Desejo que sejam possíveis mais contribuições positivas para normalizar as relações entre a China e os EUA", disse Jinping, defendendo que ambos os países possam "ultrapassar as dificuldades e encontrar o caminho correcto", sublinhando ainda que não está nos seus horizontes "desafiar os interesses" norte-americanos.

Terminou pedindo "responsabilidade aos EUA" porque o mundo, adiantou, "precisa que as duas maiores economias do mundo se entendam" e que ajam com responsabilidade pela história e pela Humanidade.

Blinken, que chega a Pequim depois de um episódio que fez correr muita tinta e levou as relações entre os dois países para uma situação de quase ruptura, com o incidente do alegado balão espião chines abatido quando voava sobre os EUA, cancelando a visita que agora, seis meses depois, ocorre, comprometeu-se em pugnar pela melhoria das relações bilaterais.

O chefe da diplomacia dos EUA defendeu que os dois países devem manter contactos regulares e sem restrições anormais, destacando como substantivo para essa melhoria este encontro com XI, depois de no dia anterior ter reunido durante horas com o seu hom+ologo Qin Gang, com quem terá falado das questões mais quentes, como seja a questão de Taiwan, a razão fundamental do au momento diplomático entre Pequim e Washington, e da guerra na Rússia.

Em ambos os encontros, foi sublinhado que nem um nem o outro lado buscam uma nova guerra fria, desta vez entre EUA e China, nem que ambos visem mudar os sistemas políticos pelos quais se regem, embora nada de relevante tenha sido sublinhado quanto às posições de ambos sobre a ilha de Taiwan.

Após o encontro, Blinken reafirmou que os EUA não apoiam a independência de Taiwan, deixando, no entanto, a confirmada garantia de que se mantém o compromisso de defender a ilha de qualquer ameaça da China.

E Pequim voltou a dar a sua palavra em como não fornecerá armas à Rússia para usar na guerra da Ucrânia, lembrou igualmente o secretário de Estado norte-americano.

No entanto, vários analistas entendem que as conversas entre Blinken e o seu homólogo e o Presidente chinês, mesmo que nada tenha sido dito aos jornalistas, dificilmente a oportunidade para abordar a questão da guerra na Ucrânia seria perdida.

Entre os analistas há mesmo aqueles que admitem que possam ter sido dados alguns passos no sentido de Pequim e Washington exercerem a sua influência em Moscovo e Kiev para alterar a rigidez de posições quanto a um futuro processo negocial para terminar a guerra.