As conversações decorrem em Nanjing, leste da China, com a presença do director do Gabinete do Conselho de Estado chinês para os Assuntos de Taiwan, Zhang Zhijun, e do ministro do Governo de Taiwan encarregue das relações com o continente, Wang Yu-chi.

A abertura de um canal regular de comunicação entre Pequim e Taipé, a capital de Taiwan, "melhorará o intercâmbio, a compreensão e a confiança entre as duas partes", disse Zhang Zhijun.

Até há pouco tempo, esta reunião era "inimaginável", realçou Wang Yu-chi, primeiro governante de Taiwan a visitar a Republica Popular da China depois de o Partido Comunista Chinês ter tomado o poder no continente, em 1949.

Desde então, os contactos entre os antigos rivais têm sido feitos através de organizações não-governamentais e ainda hoje Pequim considera Taiwan uma província da China e não uma entidade política soberana.

As históricas conversações entre Zhang Zhijun e Wang Yu-chi decorrem na antiga capital da República da China (sem o adjectivo "popular"), cujo Governo está hoje confinado à ilha de Taiwan e é apenas reconhecido por 22 pequenos países, entre os quais São Tomé e Príncipe.

Além de Nanjing, Wang Yu-chi visitará Xangai.

Pequim defende a "reunificação pacífica" com Taiwan segundo a mesma fórmula adoptada para Hong Kong e Macau ("um país, dois sistemas"), mas ameaça "usar a força" se a ilha declarar a independência.

Apesar das persistentes diferenças políticas, as relações melhoraram muito desde 2008, quando o líder do Partido Nacionalista, Ma Ying-jeou, ganhou as eleições presidenciais em Taiwan, interrompendo oito anos de governação do Partido Democrático Progressista.

Em 2013, o comércio bilateral aumentou 16,7%, para 197.200 milhões de dólares (144.295 milhões de euros ao câmbio atual), o que equivale a mais de um terço das transações entre a China e a União Europeia, o maior parceiro comercial de Pequim.

As ligações directas, cortadas durante mais de meio século, foram entretanto restabelecidas.

No ano passado, o número de voos semanais subiu para 670 e 2,2 milhões de turistas do continente (mais 11% do que em 2012) visitaram a ilha.

Lusa / NJ