De acordo com a escassa informação que saiu deste encontro viabilizado pelo Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, os dois lados da "barricada" definiram as principais prioridades para a tomada de decisões, o que deve passar pelo que Kiev vem dizendo, que quer a saída das tropas russas do país, sem condições, enquanto os russos exigem garantias de que a Ucrânia não adere à NATO e se desmilitariza de modo a deixar de ser uma ameaça à soberania de Moscovo.

"As partes estabeleceram uma série de prioridades e questões que requerem determinadas decisões" antes de uma segunda ronda de conversações, disse, segundo a Lusa, Mikhailo Podoliak, um dos negociadores ucranianos citado pela agência AFP.

O seu homólogo russo, Vladimir Medinsky, disse que o novo encontro terá lugar "em breve" na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia.

Entretanto, à margem deste encontro, os presidentes francês, Emmanuel Macron, e russo, Vladimir Putin, voltaram a trocar impressões sobre o conflito, ao telefone, tendo o primeiro secundado as exigências de Kiev, para a saída das forças russas da Ucrânia, depois de um cessar-fogo imediato, enquanto o senhor do Kremlin, exigiu que o seu vizinho do oeste seja desmilitarizado e que a Crimeia seja reconhecida como parte da Rússia.

De acordo com um comunicado emitido pelo Governo francês, o Chefe de Estado francês esteve à conversa por uma hora com o seu homólogo russo, o que reafirma o eixo Paris-Moscovo como aquele que mais pugna por que seja encontrada uma solução negociada, ao mesmo tempo que a Comissão Europeia, liderada por Ursula Von der Leyen, se tem empenhado em acumular sanções e ameaças à Rússia como forma de castigar este país pelo avanço das suas forças sobre a Ucrânia ma madrugada da passada quarta-feira.

Num segundo comunicado, o Kremlin informou o mundo que Putin declarou ao Presidente francês a sua exigência esperada de reconhecimento da Crimeia como território russo, a "desnazificação" do Governo ucraniano e um estatuto neutro para a Ucrânia, o que permite a Moscovo sossegar da ameaça de integração deste país na Aliança Atlântica.

Os dois Presidentes aceitaram manter o contacto continuado de forma a que uma faísca inusitada deite tudo a perder.

Esta actual situação resulta da entrada de um número elevado de colunas militares russas na Ucrânia na passada quinta-feira, 24 de Fevereiro, que Putin denominou "operação especial" mas que a comunidade internacional condenou de forma veemente considerando tratar-se de uma invasão injustificada de um país soberano.

A Rússia está actualmente sob um pesado pacote de sanções europeias e dos Estados Unidos.

O histórico recente desta crise no leste europeu pode ser revisitado nos links colocados em baixo, nesta página, inclusive as suas consequências económicas, como o impacto no negócio global do petróleo.