A ideia lançada pelo presidente brasileiro é criar um grupo de países, potencialmente incluindo Índia, China e Indonésia, para mediar as negociações entre os dois países quando o cansaço da guerra começa a dominar algumas partes do mundo, avança a Bloomberg, que lembra que o Brasil não é o único país a promover propostas de paz: China, Turquia e outros também tentaram mediar as negociações nas últimas semanas e meses.
A Bloomberg adianta que, apesar de nenhuma proposta formal ter sido enviada à Rússia, segundo dois funcionários do governo brasileiro que pediram anonimato para discutir detalhes da ofensiva diplomática, Moscovo está a discutir a ideia com base nos comentários públicos de Lula sobre o conflito, e que a declaração da Rússia, na quinta-feira, terá sido um sinal de boa vontade para com Lula da Silva.
"Nos últimos dias, diplomatas brasileiros intensificaram os esforços para apresentar o plano a seus colegas internacionais e conversaram com pelo menos 21 países sobre a ideia durante a Conferência de Segurança de Munique na semana passada, na Alemanha", escreve ainda a Bloomberg, que chama a atenção para um tweet do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira.
"Os chanceleres discutiram a situação actual da guerra, a posição brasileira sobre o conflito e a contribuição do Brasil para a resolução a ser votada na Assembleia Geral das Nações Unidas, que pede a cessação das hostilidades pela primeira vez", afirmou o governante brasileiro, no Twitter, durante as reuniões em Munique.
Mauro Vieira afirmou igualmente que, embora o Brasil não tenha "uma solução pronta" para a crise, continuará a defender "iniciativas de paz mais ambiciosas" nos próximos dias, começando com uma reunião de ministros do Grupo dos 20 países, na Índia, na próxima semana.
O plano de Paz de Lula da Silva foi destaque na revista Time, publicada nos Estados Unidos, e considerada uma das influentes do mundo.
A Assembleia-Geral das Nações Unidas votou, na madrugada de sexta, 24, mais uma resolução a condenar a invasão russa, pedindo a retirada incondicional das suas forças, com 141 votos a favor, 32 abstenções, que incluem Angola, Índia, China, África do Sul e Paquistão, e sete contra, mais dois países que na última votação visando uma condenação da Federação Russa, se tinham abstido, como o Mali.