A Rússia anunciou, pela voz do seu Presidente, Vladimir Putin, na terça-feira de Carnaval, a pior das brincadeiras imagináveis... a saída temporária da maior potência nuclear do Tratado para a Redução das Armas Nucleares, START, assinado em 2010 com os EUA, contando que entre as duas superpotências atómicas, somam mais de 90% do arsenal nuclear em todo o mundo, com quase 6.000 ogivas a Federação Russa e mais de 5.500 os Estados Unidos da América, que é tudo ainda "restos" da Guerra Fria.
É certo que o Presidente Joe Biden apressou-se a vir dizer que a suspensão pelos russos do START, acordo que foi recentemente prolongado, não acrescenta nada de novo porque não havia nem há indícios de que Vladimir Putin se prepare para dar uso ao ser imenso paiol atómico, mas o responsável da NATO disse logo a seguir que lamentava a decisão e pediu-lhe para voltar atrás, enquanto, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, mais sensato, disse que este novo contexto aumenta e muito o risco de um Armagedão nuclear, porque vai despoletar uma nova corrida a mais, poderosas e sofisticadas, bombas atómicas.
Para já, como primeira reacção a esta decisão de Putin, ratificada pelo Parlamento russo logo a seguir, o chefe do Kremlin anunciou que vai deslocar para novas posições, mais de acordo com a noa realidade, onde o ocidente NATO/EUA travam uma guerra híbrida contra a Rússia através dos ucranianos, os seus novos e, segundo o próprio, imparáveis misseis hipersónicos com várias ogivas autónomas, os Sarmat, além das plataformas de lançamento físicas e móveis, como os submarinos nucleares e os navios da Armada russa.
E acrescentou, no discurso a propósito do Dia do Defensor da Mãe Pátria, na quarta-feira, que o Governo que lidera vai dedicar mais meios e atenção ao reforço da capacidade nuclear russa tanto em terra, como no mar e no ar.
Estas medidas, que alguns comentadores mais próximos da retórica russa, como o antigo agente da secreta militar dos EUA, o norte-americano Scot Ritter, que já veio dizer, citado pela Russia Today, que só não fica arrepiado com esta decisão de Putin de suspender o START "quem não gosta de viver", estão a ganhar espaço mediático os media internacionais às desinteressantes e gastas "estorinhas" que os enviado especiais ocidentais estão a enviar da Ucrânia, claramente apenas para encher calendário, o que era, note-se, uma promessa de Putin, de "empastelar" a comunicação de propaganda ocidental neste período redondo no calendário do conflito no leste europeu.
É provável que o à-vontade demonstrado por Joe Biden sobre este momento que está a assustar alguns dos lideres mais proeminentes do mundo, como António Guterres, seja o facto de as secretas norte-americanas terem divulgado informações de que um teste, o único, dizem, feito até agora, com o Sarmat, mesmo antes da chegada de Biden a Kiev, esta semana, falhou, mostrando a sua inoperacionalidade, apesar das palavras de Putin sobre esta nova arma "imparável".
Mas mesmo que o Sarmat esteja inoperacional, a Rússia já demonstrou a eficácia de outros misseis hipersónicos com capacidade nuclear, como os Kinzhal ou os Zircon, os primeiros de uso a partir de plataformas terrestres, e o segundo a partir da frota marítima, embora sempre com ogivas convencionais, nomeadamente na guerra na Ucrânia, tendo ainda o líder russo anunciado que o submarino nuclear de última geração que faltava para completar a frota previamente anunciada, o "Imperador Alexandre III", acaba de ser lançado ao mar.
Neste discurso, Vldimir Putin insistiu quase em exclusivo no anúncio de novas medidas para aumentar a produção de armas, convencionais ou nucleares, o que contrasta claramente com aquilo que é a urgente solução para uma guerra que se prolonga há 12 meses, como extensão de outra que teve início em 2014, entre as forças independentistas pró-russas de Donetsk e Lugansk, e as forças ucranianas, depois do golpe que derrubou o Presidente aliado de Putin, Viktor Yanukovych, que tinha sido eleito sem contestação em 2010.
Face a esta transformação do foco da guerra para a aproximação a um cenário de conflito EUA-Rússia, que levaria irrevogavelmente ao Armagedão nuclear, como Biden e Putin admitiram pouco depois de 24 de Fevereiro de 2022, a NATO e a União Europeia, assim como os EUA, têm cumprido um calendário de sucessivos anúncios de novas remessas de armas para Kiev, novos pacotes de sanções contra Moscovo, a reafirmação de que o ocidente alargado só vê como saída possível para as hostilidades uma "derrota inequívoca" da Rússia, ao que o Kremlin tem dito que se trata de um erro de análise por não terem percebido que uma potência nuclear como a Federação Russa nunca pode ser derrotada numa guerra.
Face a um cenário desta dimensão e preocupação...
... pode uma guerra sem futuro moldar o... futuro da Humanidade?
Esta guerra não tem futuro, está condenada a ser "fuzilada" por um acordo de paz porque ninguém a pode vencer. Como todas as outras, também esta acabará na trincheira das negociações. Até lá, vai "só" mudar o mundo tal como o conhecemos.
O leste da Ucrânia - como o ocidente vê o campo de batalha -, as novas fronteiras da Federação Russa - como é visto a partir de Moscovo -, é o palco de uma guerra com todos os condimentos de um confronto tradicional, mas nela está muito mais em jogo que os ganhos territoriais sobre a trincheira do inimigo: é uma nova balança de poderes globais que está a ser desenhada a sangue e lágrimas.
Pouco depois de 24 de Fevereiro de 2022, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, e da China, Wang Yi, estiveram reunidos para definir como objectivo estratégico da sua parceria "ilimitada" a reconfiguração da Ordem Mundial, visando substituir a actual, baseada em regras, por uma definida pela sujeição a uma multipolaridade de centros de decisão e à cooperação.
A actual Ordem Mundial é fruto do "estirador" dos vencedores ocidentais da II Guerra Mundial, com os Estados Unidos a liderar o ocidente, definindo as "regras" para as quais criaram os "vigilantes" globais, desde o Banco Mundial e o FMI, às próprias Nações Unidas, onde o ocidente tem a maioria do Conselho de Segurança, o coração da ONU para todos os efeitos, ou a NATO.
Quando os líderes ocidentais, do Secretário da Defesa dos EUA, Loyd Austin, à presidente da Comissão Europeia, Ursula Leyen, dizem que a Rússia "tem de ser derrotada no campo de batalha", o que estão a dizer é que derrotar os russos é a única forma de impedir o triunfo do eixo Pequim/Moscovo na construção de uma Ordem Mundial fora do controlo directo do ocidente alargado.
Mas e se Kiev claudicar neste conflito que se trava há um ano, faz precisamente nesta sexta-feira, 24, um ano?
Embora seja impossível de adivinhar o futuro, é razoável admitir que o eixo Pequim-Moscovo, caso o ocidente colapse no seu esforço de guerra de braço dado com a Ucrânia, se alargará e poderá agregar outras capitais, com algumas potências médias, como a África do Sul, ou grandes, como a Índia, neste horizonte, tendo, então, mais força para levar aos grandes palcos mundiais a proposta de alterar a Ordem Mundial forjada pela pena do ocidente por uma outra, onde sobressaia como azimute a multipolaridade e a cooperação inter pares.
Se esta nova ordem triunfar, não é possível saber se será melhor, ou, pelo menos, mais justa, que aquela que vigora desde os anos de 1950, mas sabemos que a que existe levou a um mundo onde quase metade da Humanidade - 8 mil milhões de pessoas - nasce com fome e morre com fome, acorda sem cumprir os seus ideais e vai dormir sem poder sonhar com dias melhores...
O mais certo é que não se chegue tão longe e o conflito termine sem um vencedor no campo de batalha, triunfando, finalmente, o bom senso. Como será o novo desenho da geografia russo-ucraniana, ninguém pode saber, para já, mas a Ordem Mundial que nos Governa há 70 anos, tem os dias contados... seja de forma radical, seja com acertos de agulhas feitos no day after ao aordo de paz que vai ser, sem dúvida, assinado entre russos e ucranianos, mais cedo ou mais tarde...
Nesse caso, não veremos mudanças drásticas, veremos, seguramente, novas vozes, mais justiça, e é em África onde está mais será apreciada... Isto, se um catastrófico "cisne negro" nuclear não atravessar o espaço aéreo da decência mínima...
Esta guerra, que não pode ter vencedores fulgurantes, vai mudar muito mais que fronteiras de dois países, vai mudar o curso da História. E África, se houver visão, pode ser um dos vencedores do... futuro!
O papel da China está a ser desenvolvido "on-the-job"
Enquanto se aguarda pela confirmação, ou não, da visita do Presidente Xi Jinping a Moscovo nas próximas semanas, ainda não é claro qual o novo papel que a China quer ter neste teatro cada vez mais globalizado em que se está a transformar a guerra na Ucrânia, agora que se aproxima a data do primeiro ano de duração daquele que é já o mais mortífero e perigoso conflito militar deste o final da II Guerra Mundial, em 1945, mas sabe-se que não é o mesmo que desempenhou até hà passada semana, porque o tom de voz do porta-voz do MNE, Wang Wenbin, endureceu quando já esta semana disse aos norte-americanos que não têm "qualificações para dar lições" sobre fornecimento de armas a partes em conflito.
Estas palavras do MNE chinês saíram em resposta às ameaças tanto dos EUA como da União Europeia de que Pequim estaria atravessar uma "linha vermelha" se inicia-se o fornecimento de armamento à Federação Russa, às quais acrescentou que são os americanos e não os chineses que estão a alimentar o conflito ucraniano com um fluxo permanente de armas para Kiev.
Wenbin foi ainda mais longe e disse aos norte-americanos que não estão em condições de opinar sobre as relações entre a China e a Rússia, até porque "quem está a entregar armas para o campo de batalha e a instigar o confronto são os EUA e quem está a apela à paz é a China".
Apesar de a China recorrentemente vir a público aconselhar os EUA e ou a União Europeia a não se intrometerem nos assuntos internos do país, esta foi a primeira vez em muitos anos que foi dado um recado directo ao ocidente com um tom de voz elevado e claramente crispado pelo porta-voz do MNE, em Pequim.
"As pessoas questionam-se como é que os EUA clamam falsamente que a China está a oferecer armas à Rússia quando são eles que inundam de armas a Ucrânia, achando que podem, em consciência, dizer que querem a paz, ao mesmo tempo que tudo fazem para continuar a garantir avultados lucros à sua indústria militar com este conflito", disse o responsável chinês, citado pela Xinhua.
E acrescentou: "Todos vimos o que os EUA fizeram no Afeganistão coma sua estratégia de lutar até ao último afegão. Querem agora também lutar até ao último ucraniano?", questionou no tom mais severo ouvido em Pequim em muitos anos num "recado" diplomático a Washington.
E, numa demonstração de que Pequim não se encolhe com os recados do ocidente, o seu diplomata mais graduado, Wang Yi, ex-MNE e actual responsável pelas relações externas do Partido Comunista Chinês, que se impõe pela proximidade ao Chefe de Estado, chegou esta quarta-feira a Moscovo para encontros com as autoridades russas, inclusive com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, sendo razoável admitir que entre os tópicos das conversações estão o reforço das relações sino-russas, que já estão melhores que nunca, e ainda a possibilidade de Pequim avançar com uma proposta para terminar as hostilidades na Ucrânia, o que os chineses só farão se existir um compromisso mínimo prévio.
Yi "tour"
Para conseguir esse compromisso mínimo, Wang Yi esteve nos últimos dias com os chefes das diplomacias francesa, alemã, italiana, e manteve um encontro em Munique, durante a Conferência sobre Segurança Internacional, na passada semana, com o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o que perfaz o grupo dos países mais influentes no ocidente - a Polónia, o país mais agressivo face à Rússia, ficou de fora desta ronda -, estando agora em curso a auscultação do Kremlin sobre o conteúdo da proposta, admitindo-se que venha a estar com o Governo ucraniano logo a seguir, eventualmente em Kiev, até porque o MNE ucraniano já admitiu estar interessado em ouvir os pormenores da proposta chinesa.
Isto tudo, quando faltam dois dias para o "aniversário" da guerra, que começou, segundo a visão ocidental, a 24 de Fevereiro de 2022 com a invasão da Ucrânia pelas forças russas, mas que os russos contrapõem com a ideia de que se trata de uma nova fase apenas da guerra que já dura há nove anos, e que começou em 2014 com o golpe de Estado que destronou do poder o Presidente eleito em 2010, o pró-russo Viktor Yanukovych, o que levou à proclamação da independência das Repúblicas Populares do Donbass, Donetsk e Lugansk, e a anexação da Crimeia, e ao inicio dos confrontos com as forças nacionalistas de Kiev.
Vai ou não sair deste périplo de Weng Yi uma saída para o imbróglio global que já é esta guerra? Essa é a pergunta do milhão de dólares, mas há indícios de que tal pode suceder durante ou logo após a efeméride de sexta-feira, quando se cumpre um ano inteiro de sangue a jorrar nas trincheiras do leste europeu.
E um desses sinais é que, apesar das promessas ocidentais estridentes de mais armas e mais sofisticadas, como os carros de combate pesados, os M1 Abrams, dos EUA, Leopard-2 alemães, ou os Chalenger-2 britânicos e os Leclerc franceses, os misseis de longo alcance ou até os aviões de guerra F-16,, norte-americanos, a verdade é que nada chegou, ainda, aos ucranianos, quando os russos estão claramente a avançar na frente de batalha no Donbass, contando os defensores de Kiev apenas com vitórias sucessivas... na frente mediática, onde os media ocidentais são claramente uma "legião estrangeira" ao serviço de Kiev.
E isso pode significar que ambos os lados se estão a preparar para chegar à mesa de negociações em melhor posição sobre o outro, sendo as promessas de reforço de armas ocidentais uma forma de pressionar Moscovo a alinhar em termos mais flexíveis para a definição das garantias mínimas procuradas pela China para então apostar tudo na sua proposta de paz, visto que, nesse cenário, em Kiev, o Presidente Volodymyr Zelensky já estará "trabalhado" pelos países ocidentais, nomeadamente pelos EUA.
Os EUA, quando o Presidente Biden prepara a sua corrida eleitoral às presidenciais de 2024, atravessam uma crise económica movida a inflação e risco de recessão, sendo do interesse do seu Partido Democrata chegar aos últimos meses de campanha sem o incómodo do conflito ucraniano a correr, porque isso é um manancial infinito para a oposição republicana, que deverá, se não houver surpresas, apresentar de novo Donald Trump na corrida, atacar politicamente a Administração Biden, até porque é a guerra que levou a inflação para valores históricos de décadas.
E na Europa, sucedem-se os sinais de que o cansaço com a guerra já é superior à convicção de que o ocidente deve manter-se ao lado de Kiev neste confronto com os russos, até porque, embora isso não esteja a ser destacado pelos media europeus, as manifestações contra a guerra sucedem-se em vários países, como a que decorreu ainda na semana passada, com quase 100 mil pessoas em Berlim.
O que propõe Pequim?
O que poderá ter a proposta chinesa de atraente para todos os lados neste conflito? Para já pouco ou nada se sabe, porque o seu conteúdo só será divulgado depois de sexta-feira ou durante esse dia, coincidindo assim com o primeiro ano de guerra, mas alguns jornais estão, nesta quarta-feira, 22, a avançar com algumas possibilidades.
E uma síntese dessa antecipação passa por Pequim entender que a territorialidade ucraniana deve ser respeitada na mesma proporção que as exigências de segurança existencial russas, o que pode abrir a porta para um compromisso de meio-termo.
Compromisso esse que pode ser, por exemplo, o Donbass e a Crimeia passarem em definitivo para a Rússia, com aceitação de Kiev e dos seus aliados ocidentais, a Ucrânia voltar a ser soberana no todo ou em parte de Kherson e Zaporijia, regiões anexadas por Moscovo em Setembro de 2022, e a Ucrânia ter garantias sólidas de apoio financeiro total para a reconstrução e para a sua reindustrialização moderna, garantias de segurança por um grupo de países integrando a China e os EUA, mas mantendo-se fora da NATO, ficando em aberto, à parte, a sua entrada na União Europeia.
Contexto da guerra na Ucrânia
A 24 de Fevereiro de 2022 as forças russas iniciaram a invasão da Ucrânia por vários pontos, tendo o Presidente russo dito que se tratava de uma "operação militar especial", sublinhando que o objectivo não era (é) a ocupação do país vizinho, condição que evoluiu depois para a anexação de territórios no Donbass mas também as regiões de Kherson e Zaporijia, mas sim a sua desmilitarização e desnazificação e assegurar que Kiev não insiste na adesão à NATO, o que Moscovo considera parte das suas garantias vitais de segurança nacional.
O Kremlin critica há vários anos fortemente o avanço da NATO para junto das suas fronteiras, agregando os antigos membros do Pacto de Varsóvia, organização que também colapsou com a extinção da URSS, em 1991.
Moscovo visa ainda garantir o reconhecimento de Kiev da soberania russa da Península da Crimeia, invadida e integrada na Rússia, depois de um referendo, em 2014, e ainda a independência das duas repúblicas do Donbass, a de Donetsk e de Lugansk, de maioria russófila, que o Kremlin já reconheceu em Fevereiro, tendo acrescido a esta reivindicação as províncias de Kherson e Zaporijia, depois da realização de referendos que a comunidade internacional, quase em uníssono, não reconhece.
Do lado ucraniano, a visão é totalmente distinta e Putin é acusado de estar a querer reintegrar a Ucrânia na Rússia como forma de reconstruir o "império soviético", que se desmoronou em 1991, com o colapso da União Soviética.
Kiev insiste que a Ucrânia é una e indivisível e que não haverá cedências territoriais como forma de acordar a paz com Moscovo, sendo, para o Presidente Volodymyr Zelensky, essencial o continuado apoio militar da NATO para expulsar as forças invasoras.
A organização militar da Aliança Atlântica está a ser, entretanto, acusada por Moscovo de estar a desenrolar uma guerra com a Rússia por procuração passada ao Exército ucraniano, o que eleva, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, o risco de se avançar para a III Guerra Mundial, com um confronto directo entre a Federação Russa e a NATO, que tanto o Presidente dos EUA, Joe Biden, como o Presidente Vladimir Putin, da Rússia, já admitiram que se isso acontecer é inevitável o recurso ao devastador arsenal nuclear dos dois lados desta barricada que levaria ao colapso da humanidade tal como a conhecemos.
Esta guerra na Ucrânia contou com a condenação generalizada da comunidade internacional, tendo a União Europeia e a NATO assumido a linha da frente da contestação à "operação especial" de Putin, que se materializou através de bombardeamentos das principais cidades, por meio de ataques aéreos, lançamento de misseis de cruzeiro e artilharia pesada, e com volumosas colunas militares a cercarem os grandes centros urbanos do país, mas que agora está concentrada no leste e sudeste da Ucrânia.
Na reacção, além da resistência ucraniana, Moscovo contou com o maior pacote de sanções aplicadas a um país, que está a causar danos avultados à sua economia, sendo disso exemplo a queda da sua moeda nacional, o rublo, que chegou a ser superior a 60%, embora já tenha, entretanto, recuperado.
Estas sanções, que já levaram as grandes marcas mundiais a deixar a Rússia, como as 850 lojas da McDonalds, a mais simbólica, abrangem ainda os seus desportistas, artistas, homens de negócios, a banca e grande parte das suas exportações, incluindo o sector energético, do gás natural e em parte do petróleo...
Milhares de mortos e feridos e mais de 9,5 milhões de refugiados internos e nos países vizinhos da Ucrânia são a parte visível deste desastre humanitário.
O histórico recente desta crise no leste europeu pode ser revisitado nos links colocados em baixo, nesta página.