Esta Cimeira teve lugar num momento especialmente melindroso para ambas as partes porque tanto a UE como a China têm as suas posições sobre o assunto do momento, a guerra na Urânia, bem vincadas e cada pedido feito no sentido de mudança de posição do outro lado, recebe, sem excepção, como resposta, a consolidação dessa mesma posição, sendo que, neste caso, Bruxelas fez esse pedido a Pequim mas o inverso não sucedeu.
O que os europeus, que estiveram representados nesta Cimeira ao mais alto nível , além de Ursula vonder Leyen, esteve igualmente presente Josepp Borrel, responsável pela diplomacia europeia, e Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, querem da Rússia é que não forneça ajuda financeira ou militar a Moscovo para manter o esforço de guerra na Ucrânia.
Da parte da China, onde esteve, para além do primeiro-ministro, o próprio Presidente Xi Jinping, deixando claro a importância que a UE tem para a China no campo comercial, os principais parceiros neste sector de um para outro e vice-versa, Li Keqiang frisou que, além de ter o seu caminho, a China "sempre procurou a paz e as negociações", mesmo tempo em suspenso a ameaça de Bruxelas de represálias económicas caso não cumpra a distância para com os russos.
Apesar de a China já ter sublinhado que a parceria com a Rússia é sólida como uma rocha e que está em crescendo, as relações comerciais chinesas com a UE e com os EUA soma 25% enquanto com Moscovo se fica pelos 2,5%, o que deixa Pequim vulnerável a uma pressão mais forte se ela vier de Bruxelas e de Washington.
Todavia, face aos efeitos de ricochete que as sanções ocidentais à Rússia estão a ter, com agravamento persistente das economias mundiais, dificilmente as grandes economias ocidentais experimentarão o mesmo tipo de pressão sobre Pequim.