Quando o foguetão chinês modelo Long March 5B (Longa Marcha 5B, na foto) deixar a órbita e entrar na atmosfera terrestre, o que vai acontecer nos próximos 3 a 4 dias, embora seja difícil de prever onde, o mais provável é que este se desintegre e a maior parte seja destruída pela fricção, mas é igualmente normal que algumas partes resistam e caiam algures no mundo.
Para já, é impossível saber onde vai ocorrer essa entrada na atmosfera terrestre, apesar do esforço nesse sentido em curso por muitos cientistas que, em diversos centros de observação, seguem a rota deste Longa Marcha 5B.
Este foguetão foi lançado em Abril e serviu para transportar material para a futura estação orbital chinesa e o seu corpo está neste momento, 10:40 de 07 de Maio de 2021, a circular na órbita do planeta sem rota definida e controlada, podendo estatelar-se sobre o planeta a qualquer momento e em qualquer lugar.
Como avançaram responsáveis da NASA, a agência espacial dos EUA, neste momento é apenas possível seguir a caminhada espacial deste LOnga Marcha chinês e esperar que os seus destroços acabem no fundo do mar ou noutro qualquer local onde não faça mal a ninguém.
E as probabilidades são para que isso aconteça, porque o planeta é composto por 70% de oceanos, o que quer dizer que é provável que a queda ocorra no mar, ou ainda nas imensas regiões desérticas do planeta Terra.
Mas a história diz-nos que isso não é garantido, até porque em 2020, partes de um foguetão igualmente chinês acabaram por provocar danos em edifícios numa zona rural da Costa do Marfim sem que, por mero acaso, alguém tenha ficado ferido.
A comunidade científica mundial está a criticar a China por não ter controlo sobre os seus foguetões, como o fez o Secretário de Estado da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que disse esperar que ninguém saia mal neste episódio e que o foguetão chinês acabe no mar "ou noutro local qualquer onde não provoque danos".
A China já fez saber que também está a monitorizar o objecto e que serão tomadas medidas se estas se revelarem necessárias se ocorreram problemas.
Actualmente, o Longa Marcha está a fazer voltas à terra em órbita baixa e vai descendo de forma lenta mas progressiva até que a entrada na atmosfera terrestre, num fenómeno semelhante ao que que acontece com os meteoritos, deverá destruí-lo parcialmente - ou fazer com que este arda totalmente, na melhor das possibilidades -, acabando os restos por se estatelar no solo.
O pior cenário é que estes tombem sobre um grande aglomerado populacional, como uma cidade, e o melhor é que acabem no solo de um deserto ou em alto mar.
Desde o início da era espacial, quando a União Soviética, em 1957, colocou em órbita o Sputnik, o primeiro satélite artificial, que existe o receio de que o céu nos caia em cima, embora, até hoje, jamais alguém tenha sido morto por destroços de satélites ou foguetões enviados para fora da atmosfera terrestre. Mas foi por uma unha que isso nunca aconteceu.
Apenas uma pessoa foi atingida por um pedaço de um engenho espacial que reentrou na atmosfera terrestre. Lottie Williams, uma norte-americana, no Oklahoma, foi ferida por um pequeno pedaço de um foguetão experimental que a atingiu no ombro, em 1997.
Ou seja, tal como na famosa aldeia gaulesa, no livro "O céu cai-lhe em cima da cabeça" também nestes momentos vale a pena estar do lado de Astérix, Obélix, Panoramix e Ideiafix, os únicos que não sentiram medo do que estava a chegar dos céus, no caso, uma nave espacial.
Mas isso não quer dizer que não se aplique o velho ditado de que "gaulês" prevenido está mais... protegido.