Para a TPLF, segundo um seu porta-voz, tanto a exigência de Ahmed como a sua decisão de assumir o comando formal das tropas governamentais na frente de combate "é uma farsa" que pretende esconder a caminhada vitoriosa dos rebeldes rumo à capital, Adis Abeba.

Esta guerra começou em Novembro de 2020, com um levantamento de forças rebeldes da região de Tigray, situada na zona montanhosa do norte da Etiópia, na fronteira com a Eritreia, a quem se juntaram os elementos que estavam nos quartéis das Forças de Defesa da Etiópia nesta província, gerando um poderosa frente de combate contra as forças leais a Adis Abeba.

Depois de um primeiro tempo onde as forças regulares pareciam estar a esmagar a sublevação, provocando milhares de refugiados no Sudão e gerando centenas de mortos e feridos em escassas semanas de combates, os rebeldes da TPLF reorganizaram-se nas montanhas e, desde então, têm ganhado território mês após mês, em direcção à capital do país, onde está sediada a União Africana.

Com este evoluir da situação, a maior parte dos países ocidentais evacuaram o seu pessoal diplomático não-essencial temendo que Adis Abeba caia nas mãos dos rebeldes de Tigray, que contam com um substancial apoio popular e que, até à chegada de Abiy Ahmed ao poder, em 2018, eram quem dominava, há quase três décadas, o poder neste que é o país com mais população, 110 milhões, em África, logo a seguir à Nigéria.

Agora, com escassa informação a partir do terreno, onde se tem verificado que não existem relatos independentes do evoluir da situação, o primeiro-ministro e Nobel da Paz de 2019, Abiy Ahmed, vem dizer que os rebeldes se devem render de imediato para evitar maiores dissabores ao povo etíope.

Pelo que se pode perceber dos relatos que são produzidos a partir das agências da ONU que conseguem furar os bloqueios do Exército, o desfecho tende a não ser favorável ao poder de Ahmed, embora este persista na ideia de que está a reconquistar o território perdido nos últimos meses.

Certo é que os homens da TPLF já dominam vastas áreas do país, desde logo nas províncias de Amhara e Afar, através das quais se chega directamente a Adis Abeba, na província de Oromia (ver mapa) a partir de Tigray.

Pode revisitar o fio dos acontecimentos desta guerra através dos links de notícias do Novo Jornal colocados no final desta página.