O General Mark Milley, que lidera a o gabinete de guerra do Pentagono, ouvido no Congresso a propósito desse assunto e da caótica saída dos EUA do Afeganistão ao fim de 20 anos de guerra, explicou que nunca assumiu responsabilidades que não tinha e que as chamadas que fez para Pequim foram coordenadas com a Administração Trump.

E assegurou que em nenhum momento a sua atitude visou corrigir eventuais ordens de ataque de Donald Trump, porque, sublinhou, "em nenhum momento o Presidente Trump pensou atacar a China e era minha função explicar aos chineses que assim era".

Isto, alegadamente porque Pequim estaria a receber informação da sua intelligentsia defeituosa.

Em síntese, e segundo os media norte-americanos, o que Milley disse foi que, de forma a sossegar o gigante asiático, ligou para Pequim e explicou se "se fosse para haver um ataque, haveria muitas comunicações antes disso, que os seus serviços de intelligentsia teriam esse eco e, provavelmente, eu ligar-vos-ia. Por isso, estejam calmos que não vai acontecer nada disso".

No livro escrito pelos jornalistas do Washington Post Bod Woodward e Robert Costa, Peril-Perigo, é descrita a acção do general Milley onde este terá ligado pelo menos por duas vezes para as chefias militares chinesas no sentido de lhes garantir que os EUA não iriam atacar de surpresa a China e que Pequim seria alertada para uma situação em que Trump tivesse ordenado um ataque.

Se esta informação contida no livro co-escrito por Woodward, um dos jornalistas que esteve na génese do escândalo do Watergate, que levou à demissão do Presidente Richard Nixon, na década de 1970, estar-se-ia perante um acto de insubordinação, pelo menos é isso que os media norte-americanos avançaram na segunda-feira.

Porém, segundo as suas declarações na audiência no Congresso, tratou-se apenas de uma deficiente interpretação dos dois jornalistas seniores e com décadas de experiência, do Washington Post.