O ataque ao helicóptero aconteceu este fim-de-semana, próximo da localidade de Fizi, na província do Kivu-Sul, cuja fronteira abrange o Ruanda, país de origem de uma das mais ferozes guerrilhas a actuar na RDC, a Frente Democrática de Libertação do Ruanda (FDLR) e o Burundi.
Já os "capacetes azuis" tanzanianos mortos no final de 2017 no Kivu-Norte, região de Beni, foram mortos pelos guerrilheiros da Aliança das Forças Democráticas (ADF) com origem no Uganda.
Recorde-se que estes grupos de guerrilha têm presença registada na RDC desde a década de 1990, forjados essencialmente no pós-massacre de Tutsis no Ruanda, em 1994, e, desde então, dedicam-se a espalhar terror no Leste do Congo como ferramenta para abrir caminho até aos locais de exploração de minérios, especialmente o coltão, matéria-prima essencial às novas tecnologias, mas também diamantes.
A porta-voz da MONUSCO, Florence Marchal, citada pela rádio das Nações Unidas, Okapi, garantiu que os ataques às forças de manutenção de paz da ONU "não vão ser tolerados" e que os atacantes "podem estar seguros que vão ter a resposta militar imediata por parte das forças no terreno", bem como ataques preventivos sempre que existir informação sobre a preparação deste tipo de acções" contra o pessoal integrado na missão internacional.
A RDC vive actualmente uma séria crise eleitoral, com sucessivos adiamentos das eleições gerais que deverão marcar a saída do Presidente Joseph Kabila do poder, com igualmente sucessivas manifestações violentas e mortíferas para exigir eleições.