Com o apoio do Irão, embora Teerão não confirme, os Houthis iemenitas têm, nos últimos meses, repetidamente, lançado drones explosivos e mísseis contra campos petrolíferos e infra-estruturas importantes na Arábia Saudita e nos EAU, tendo o último ataque, com escassas semanas, ao aeroporto de aeroporto de Abu Dhabi, provocando a morte a três civis .

Estes ataques são resultado da guerra que estes grupos de guerrilheiros travam contra uma coligação de países liderada pelos sauditas no Iémen, na procura de assumir o controlo do país, contando os Houthis com o apoio do Irão e, estima-se, de grupos sob influência síria, iraniana e libanesa.

Agora, com este envio de reforços para o Golfo, os EUA mostram vontade extra de resolver este conflito que é um dos pilares em que está a assentar a valorização substancial do petróleo nos mercados internacionais, o que causa danos severos, segundo o Governo norte-americano, à recuperação da economia mundial pós-pandemia.

Esta guerra no Iémen começou em 2014 como mais uma sublevação de um grupo contra o poder em Sanaã, capital do país, tendo a Arábia Saudita, em 2015, começado, inicialmente por apoiar o Governo local, e, depois, entrado no conflito à frente de uma coligação que junta os aliados mais próximos nas monarquias da Península Arábica.

Este apoio substantivo dos EUA aos Emirados acontece ainda pouco depois de terem sido abatidos dois mísseis lançados pelos rebeldes iemenitas que se dirigiam à base norte-americana nos EAU, de al-Dafra,

Apesar de fortemente equipados com material militar de última geração comprado aos EUA, num negócio que ficou famoso com o ex- Presidente Donald Trump a fazer-se fotografar, em 2017, ao lado do Rei Salman bin Abdulaziz al-Saud, ostentando um cheque de 110 mil milhões USD em material bélico para entregar em Riade, os sauditas não conseguiram, em quase seis anos de guerra no Iémen, levar vantagem expressiva sobre os Houthis, apoiados apenas com material fornecido pelos iranianos.

Agora, com o envio de navios e caças, Washington parece querer dar um passo maior neste conflito, aparentemente com uma intervenção directa, elevando a sua intervenção vários patamares, quando, até aqui, esse papel era apenas de fornecer informação estratégica e logística.

Recorde-se que este conflito é uma das traves onde assenta a actual inflamação do negócio global do petróleo, sempre sensível às possíveis disrupções geradas por conflitos armados, que está - não se cansa de sublinhar o Presidente dos EUA, Joe Biden - a causar obstáculos ao crescimento económico pós- pandemia do Sars CoV-2, tal como o é ainda a volátil situação no leste europeu onde pontua a ameaça de uma invasão russa à Ucrânia.