De acordo com os resultados da CNE, Daniel Chapo, da Frelimo, conseguiu 70% dos votos, e a Frelimo arrecadou 195 dos 250 deputados da Assembleia Nacional, tendo o Podemos, de Mondlane, conseguido ficar em segundo, destronando a histórica Renamo.

No entanto, estes resultados têm ainda de ser validados pelo conselho constitucional, o que não tem prazo para acontecer, mas que, como é costume, não deverá chegar com qualquer surpresa.

O que está a focar a atenção dos media internacionais é o número de mortos e feridos registados durante os protestos na capital moçambicana, onde pelo menos 11 pessoas foram mortas a tiro pela polícia e mais de 50 foram feridas, algumas com gravidade.

Os protestos, incluindo uma paralização geral em curso, convocada pelo Podemos, surgem por cima das fortes suspeitas de fraude eleitoral, que também não são uma anormalidade nas eleições moçambicanas, onde a Frelimo tem conseguido sucessivas vitórias desde o início da década de 1990, governando mesmo desde 1975, ano da independência.

As ruas de Maputo encheram-se de jovens que exigem mudanças e não aceitam a derrota do seu candidato e os protestos ganharam tracção suplementar depois da morte de dois dirigentes do Podemos (ver links em baixo).

Além de Mondlane (na foto), também o candidato da Renamo, Ossufo Momade, também rejeitou os resultados anunciados pela CNU, mas este candidato e o seu partido, que tem vindo a perder força no Parlamento e na sociedade moçambicana, optaram por aguardar pelo veredicto do conselho constitucional.