Com mais de 100 pessoas ainda dadas como desaparecidas, as vítimas do pastor da Igreja Internacional da Boa Nova, Paul Mackenzie Nthenge, podem chegar, segundo as autoridades quenianas, a mais de 150.
Para já, continuam, desde o fim-de-semana (ver link em baixo nesta página), as buscas nos mais de 300 hectares da Floresta de Shakahola, no sul do Quénia, próximo da cidade costeira de Malindi, onde centenas de elementos das equipas de socorro escavam em locais indicados por testemunhas ou com indício de movimentação recente de solos para ver se encontram novas valas comuns com vítimas de Paul Mackenzie Nthenge.
O pastor Nthenge entregou-se às autoridades assim que este escândalo foi conhecido, por denúncia de um dos seus seguidores que achou que a loucura estava a ir longe demais, mas foi solto sob fiança pelo juiz do tribunal de Malindi que o ouviu, o que gerou forte contestação social e críticas pelas organizações de defesa dos Direitos Humanos quenianas.
Enquanto as buscas continuam, o ministro do Interior queniano anunciou que o Governo está a elaborar um programa para regulamentar todos os locais de culto e igrejas ou seitas religiosas, enquanto anunciava a sua opinião de que este crime deve ser punido com toda a severidade".
Também o Presidente William Ruto veio a público defender que este crime não se distingue de terrorismo e que o pastor em causa deve ser julgado como tal, um terrorista.
Entretanto, as morgues dos hospitais da região de Malindi começam a rebentar pelas costuras com os corpos que chegam a cada hora que passa.
E o cenário tende a piorar à medida que avançam as buscas na densa floresta de Shakahola.
Outra questão que está a preocupar as autoridades quenianas é que existem indícios de que alguns dos seguidores do pastor Paul Mackenzie Nthenge podem estar ainda escondidos para que sejam impedidos de cumprir o seu desígnio de morrer à fome e à sede porque o seu líder espiritual os convenceu que dessa forma iriam seguramente de encontro a Cristo.
Esta suspeita resulta dos testemunhos de alguns crentes salvos entretanto e porque alguns deles se estão a recusar a serem alimentados, mesmo depois do que aconteceu e da detenção do pastor.
Após a sua detenção, a polícia de Malindi foi à casa do pastor e ali encontrou 15 pessoas à beira da morte por fome e sede, sendo que quatro destes não resistiram e acabaram mesmo por falecer apesar dos cuidados a que foram submetidos de imediato. Um deles morreu por se recusar a ingerir quaisquer alimentos ou água.
Ao que se sabe, o pastor Paul Mackenzie Nthengenão apresentava qualquer sinal de subnutrição quando se foi entregar às autoridades, estando em casa a aguardar ser ouvido em tribunal.