Apesar de os 82 candidatos pertencerem às listas para eleições regionais e municipais que integraram, juntamente com as Presidenciais, as eleições gerais na RDC, a 20 de Dezembro último, onde constam os nomes de 12 candidatos do partido no poder, a UDPS (União para a Democracia e o Progresso Social), a imprensa congolesa está a ouvir vários analistas que questionam a forma como esta decisão não afecta os resultados da eleição Presidencil.
O incumbente e candidato Félix Tshisekedi foi anunciado pela CENI, provisoriamente, como vitorioso com mais de 73%, deixando o 2º, Moise Katumbi, a larga distância, com apenas 18 por cento, enquanto Martin Fayulo se quedou ainda mais longe, com apenas 5%, mas a sua eleição não deixa de ser beliscada por esta decisão da CENI.
Isto, porque, como o sublinham em comunicado os candidatos derrotados constituídos em plataforma pós-eleitoral ad hoc, sendo apenas um boletim de voto para as diversas eleições incluídas nas eleições gerais de 20 de Dezembro, "como é possível que a CENI determine a existência de fraude nas votações locais e regionais e não tenha ocorrido o mesmo na eleição Presidencial?".
Com o correr dos dias, e com a crescente contestação, havendo já mesmo duas reclamações oficiais que deram entrada nos tribunais (ver links em baixo nesta página), a sociedade civil começa a insurgir-se por, mais uma vez, a RDC não ter conseguido realizar umas eleições sem suspeitas de ilegalidades, retirando não só credibilidade à democracia congolesa, como igualmente solidez às suas instituições democráticas.
Isso mesmo pensa a Conferência Episcopal Nacional Congolesa (CENCO), que reúne os bispos católicos da RDC, que foi uma das organizações que vigiou as eleições gerais, veio, pouco depois, a 28 de Dezembro, denunciar múltiplas irregularidades no decorrer da votação.
Entre essas irregularidades constam possíveis determinantes para afectarem de forma grave a integridade dos resultados eleitorais, como veio dizer o seu porta-voz, Donatien Nshole, citando como exemplos, a compra sistemática de votos, intimidação sobre eleitores, atrasos injustificados na abertura das mesas de voto e a expulsão de muitos observadores dos locais de voto, além de perto de 30% das assembleias de voto não chegaram sequer a abrir, além de evidentes falhas no processo da contagem dos boletins de voto.