Depois de ratificada pelo Parlamento, a lei foi assinada esta quarta-feira, 12, por Vladimir Putin, formalizando um passo histórico que junta as duas potências espaciais num projecto específico onde contam com a rivalidade de norte-americanos, europeus e japoneses.
Alguns analistas admitem que com este passo dado por russos e chineses, no âmbito da já famosa parceria definida pelo Governo de Pequim como sendo "sólida como uma rocha", é provável que do lado ocidental, alargado, que junta o Japão, possam surgir movimentos semelhantes.
Segundo a tv russa RT, no texto da lei agora assinada por Putin é dito que a cooperação entre Pequim e Moscovo "vai de encontro ao interesses da Federação Russa porque contribuirá decisivamente para reforçar a parceria estratégica sino-russa" e será mais um passo na "consolidação da liderança russa na exploração do espaço sideral, incluindo a Lua".
Os russos dizem ainda estar conscientes de que este acordo de parceria para a construção da estação de pesquisa lunar (ILRS) "também acrescentará eficiência à sua actividade e mitigará potenciais problemas técnicos e financeiros associados a este projecto".
Por detrás deste projecto estão a Roscosmos, a agência espacial russa, e a CNSA, a organização chinesa para a exploração do espaço, e, no preâmbulo tem escrito que visa promover a exploração espacial para fins pacíficos, sendo que o projecto está desenhado para aceitar contribuições de outros países, estando na calha a África do Sul, o Paquistão e o Egipto.
Todavia, este projecto tem merecido repetidas menções de risco para o ocidente, especialmente depois de os media internacionais terem voltado a ser inundados de textos ligados a uma hipotética transformação do espaço no novo campo de batalha.
Isto traz à memória a já velha questão da guerra espacial que na década de 1980 levou a uma paranóia global com os EUA a anunciarem estarem avançados na colocação de sistemas de defesa espacial então denominado "Guerra das Estrelas" e que muitos na altura disseram que contribuiu decisivamente para o colapso da União Soviética em 1990.
Porém como se veio a saber depois, o anúncio feito pela Administração de Ronald Reagan era, afinal, um "fake" que tinha como objectivo lançar o pânico em Moscovo.
Com efeito, mais de 40 anos passados, é a Rússia e a China que parecem estar mais perto de materializar esse desiderato, visto que este projecto, previsto para estar operacional em 2035, consiste numa estação na superfície lunar e outra em órbita do satélite da Terra, estando nos planos a construção de novos veículos lunares (rovers) e robots 4.0.
Entre os objectivos da estação lunar estão o estudo da superfície, a sua geologia, topografia e o interior da Lua, além de ser um posto avançado para os novos passos que a Humanidade dará mais cedo ou mais tarde rumo a Marte.
Há, no entanto, rumores, porque as notícias sobre estas matérias são sempre contidas e limitadas, de que a China tem este campo muito mais avançado que a Rússia e que Moscovo está a tentar recuperar tempo perdido.