De acordo com as agências que estão a avançar com a notícia, a intentona foi anulada na manhã de hoje, terça-feira, embora não tenham sido avançados detalhes sobre quem comandou e organizou este "golpe", que surge dois anos depois da queda de Bashir.
No entanto, apesar de ter sido garantido na emissão da TV estatal que o Conselho Militar-Civil controla o país e o poder, no mesmo instante foi lançado um apelo para que a população saísse à rua para defender o poder legítimo do Conselho.
Um dos elementos do actual Governo, Mohamed Al Faki Suleiman, tornou público na sua página no Facebook que a situação foi controlada a tempo e que "a revolução continua vitoriosa", embora não existam relatos independentes que confirmem estas informações.
Apenas a agência de notícias do regime, a SUNA, veio reconfirmar a tentativa anulada de golpe que teve lugar durante a madrugada de segunda-feira para hoje, terça, 21.
E mesmo um jornalista que a televisão do Qatar, a Al Jazeera tem na capital sudanesa, Cartum, admitiu não ter como confirmar quem está pode detrás desta tentativa de golpe nem quais os objectivos das unidades golpistas.
Este jornalista descreveu a cidade como estando a viver uma manhã quase normal apenas sublinhada por um bloqueio, por tanques e unidades militares, a uma das pontes que ligam Cartum a Omdurman.
Esta tentativa de golpe, que ainda carece de confirmação independente, porque a criação de factos deste tipo, as denominadas intentonas, têm em África um uso estratégico conhecido que é a eliminação de adversários ou para expor eventuais planos em curso para alterar o equilíbrio de forças, surge num momento em que se aproxima o limite de tempo admitido pelo Conselho de transição após a queda de Bashir para que o Sudão retorne à regra constitucional de eleição livre do seu Governo e Presidente.
As medidas económicas de grande impacto popular para fazer face à grave crise económica que o país atravessa é uma das possibilidades apontadas por analistas para ter sido o "combustível" para esta intentona.
Que surge pouco depois da deposição de Alpha Condé, na Guiné-Conacri, também através de um golpe militar comandado por um elemento até aí desconhecido do grande público, e igualmente justificado pela severa crise económica e pela necessidade de repor a ordem constitucional.