Até ao momento há registo de 16 casos confirmados, dezenas a aguardar validação laboratorial e pelo menos quatro pessoas já morreram com esta doença, que é a mais grave de todas as febras hemorrágicas conhecidas da Humanidade.

O surto foi conhecido há perto de duas semanas e as autoridades sanitárias de Kampala já colocaram no terreno uma musculada equipa para procurar, com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), travar o alastramento da infecção e, posteriormente, acabar com ela.

Estre surto está concentrado na região de Muende, que fica a cerca de 140 quilómetros da capital do Uganda, mas as autoridades temem que este se liberte do cerco montado muito por causa da forte densidade populacional ugandesa, uma das maiores em África, contando com 45 milhões de habitantes em apenas 241 kms 2, o que perfaz uma média de quase 230 habitantes por quilómetro quadrado, sendo, em comparação, 26 em Angola e 111 em Portugal.

E a densidade populacional é um dos principais problemas quando se trata de travar um surto epidémico como o ébola, sendo o Uganda o 9º ppaís africano mais densamente povoado, o 5º se se contar apenas o continente, sem os seus arquipélagos ou ilhas, apenas atrás dos vizinhos Ruanda, Burundi, Gâmbia e da Nigéria.

Um surto de ébola neste país conta ainda com uma problemática fronteira com a RDC, onde existem, no leste congolês, milhões de pessoas em campos de refugiados e em permanente fuga a ataques de guerrilhas, e onde o ébola mais se tem manifestado deste que foi detectado, em 1976, na região congolesa do Equador, próximo da República do Congo, na margem esquerda do Rio Congo.

Para já, o vírus ainda não se espalhou e o ministro da Saúde ugandês já veio garantir que não existem casos na capital, Kampala.

Apesar de a maior parte da epidemias de ébola terem ocorrido na RDC, o Uganda já observou alguns episódios, mas todos rapidamente dominados, como o último, em 2012.

A pior epidemia ocorreu em 2013, na África Ocidental, com epicentro na Serra Leoa e Libéria, tendo matado mais de 11 mil pessoas e contaminado milhares, obrigando à fuga de milhões de pessoas, desestruturando ainda países como a Guiné-Conacri ou a Nigéria.

A mais recente, com gravidade substancial, ocorreu em 2018, no leste da RDC, só debelada em finais de 2020, depois de mais de dois mil mortos e milhares de afectados.

Duas vacinas experimentais foram fundamentais para acabar com ambas as epidemias, a 2014, na África Central, e a de 2018, no leste da RDC.

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