Os donos destes veículos de comunicação ganham dinheiro sem muito esforço, sentem-se importantes, poderosos e impunes. A ERCA e o MINTTICS parece que nada sabem ou nada vêem. A CCE parece não ter meios para agir, o SIC só "toma conhecimento" e os serviços de inteligência parece que ainda não têm métodos e "inteligência" para enfrentar o fenómeno. Certo é que o negócio da desinformação segue de vento em popa, ataca diariamente e procura deixar cair o jornalismo, os direitos de personalidade e a democracia. Estamos bem lixados!

Estas plataformas são verdadeiras "sanguessugas" que se aproveitam de conteúdos alheios para obter likes, partilhas e visualizações. Tudo serve, desde uma notícia, passando por um artigo de opinião e até mesmo um simples comentário no Facebook ou Whatsap, com um arranjo bem ao seu jeito serve para criar pseudo-factos ou polémicas. Não existe rigor, isenção, imparcialidade, verdade ou contraditório, mas ainda assim querem assumir-se e apresentar-se como jornalistas. Não respeitam a ética e deontologia profissional de uma classe e querem fazer parte dela? Os únicos valores que conhecem e perseguem são os do vil metal e de encherem os bolsos sem olhar a meios. Mas, aqui também tem culpa quem lhes enche os bolsos, lhes alimenta o ego e sustenta toda uma máquina de desinformação. Mas, como é que "uma coisa" que se diz chamar jornal, que não tem ficha técnica, nem registo legal, que os textos são escritos sob falsa identidade e titulares actuam sob anonimato para desinformar, pode ser tido como algo sério e levado a sério? E ainda por cima escolhe o nome da nossa cidade capital para se apresentar como "projecto jornalístico "? É o verdadeiro "jornalixo" a querer ganhar espaço, a querer confundir a opinião pública. Jamais irão agir em nome do interesse público e da nobre missão de informar. Querem confundir-nos a todos, querem misturar-nos a todos. É tudo uma estratégia que visa descredibilizar, limitar e asfixiar o jornalismo, tudo em nome de agendas bem definidas e conhecidas. Quando se investe na desinformação, na manipulação e na violação sistemática de direitos de personalidade como a honra, a imagem e o bom nome, quando se assiste este "espectáculo " de forma leviana e se deixa estamos a "legitimar" o ataque à democracia, que direitos e liberdades sejam atropelados, e que o Estado Democrático e de Direito seja efectivamente ameaçado.

Vivemos numa sociedade com acesso à informação, mas muito desinformada. Ainda falta alguma literacia mediática para que os cidadãos consigam perceber quando pseudo factos lhes são apresentados como factos, e pseudo jornalistas se apresentam como jornalistas. Os cidadãos que partilham conteúdos apenas podem apresentar uma narrativa que lhe agrada, porque ataca e atinge pessoas que eles não gostam ou invejam, ou pelo simples prazer da dor ou desgraça alheia. Temos tantas certezas que assumimos todos estes conteúdos como verdadeiros, partilhamos porque queremos ser os primeiros a dar a informação da desgraça ou destruição alheia, pois a desgraça alheia alivia-nos e mostra que, afinal, não somos os únicos sofredores. O que não sabemos é que estamos diariamente a alimentar um negócio da desinformação. Um negócio que se move num ambiente sem valores e sem regras. As redes sociais são o "palco" privilegiado para a disseminação da desinformação. Basta ver como os grupos do Whatsap são diariamente "infestados" deste tipo de conteúdo tóxico, sem que grande parte dos seus administradores se apercebam que estão apenas a ser usados como meios para espalhar desinformação? Também existem grupos criados para o efeito e com administradores alinhados com o esquema.

Como é que nos estamos a tornar o pais da desinformação aos olhos de todos? Como é que é possível estas plataformas agirem assim e nada se faz? Actuam com a maior liberdade e impunidade, atacando diariamente cidadãos e instituições e o país segue? Como é que indivíduos gastam diariamente milhares de kwanzas, e até mesmo dólares, para alimentar estas plataformas? Certamente, existe uma expectativa de retorno do investimento. Um País que se move, que promove e se alimenta do assassínio de carácter, da falta de ética e de moral é um País que se vai engolir a si mesmo.

Eu e o Novo Jornal temos sido nas últimas três semanas vítimas dos ataques desta máquina de desinformação e de assassínio de carácter. Sei bem como ela se movimenta e quem lhe alimenta. Infelizmente, existem jornalistas envolvidos e "mercantilistas" que se fazem passar por jornalistas. A minha preocupação é o silêncio das autoridades e a passividade da sociedade. Infelizmente, estamos a combater o bom jornalismo e a atacar jornalistas para dar espaço a uma escumalha, cujo dono é apenas o dinheiro e que não olha a meios para levar algum no bolso. Esta é uma máquina que a todos ataca e a todos desrespeita, desde o Presidente da República até ao mais comum dos cidadãos. Existe um perigoso negócio da desinformação a crescer aos olhos de todos, e a seguir impunemente o seu caminho e perante o silêncio, inércia ou, quiçá, conivência de quem de direito. Estamos bem lixados!