O slogan "Março, Abril, chuvas mil" parece que terá de ser mudado. As recentes chuvas vieram confirmar que o clima está em mudança e que nós somos cada vez mais vulneráveis. Esta vulnerabilidade aumenta se não tivermos sistemas de aviso prévio funcionais e continuarmos a expandir as cidades sem regras, sem estudos e ignorando as lições do passado.

Infelizmente, o destapar das nossas vulnerabilidades não está a servir para identificar soluções para um problema difícil de resolver. Chovem críticas de todas as direcções e são apresentadas soluções disparatadas pois temos especialistas para tudo. É preciso saber ouvir, procurar quem sabe, corrigir os erros do passado projectando as cidades com acuidade e planificação.

Não existe uma arca bíblica para salvar as famílias que não vêem na chuva uma bênção mas sim uma maldição que colhe vidas, destrói bens e paralisa negócios. A fonte da vida que nos enche de orgulho e alimenta centenas de rios em Angola e uma mão cheia de rios internacionais deve ser melhor gerida.

Os cursos que a água cria e segue são cheios de histórias e conhecimento dando lições aos estudiosos cursados nas melhores universidades mas incapazes de projectar e planificar de forma correcta, de travar a anarquia, as ordens superiores e as "gasosas". Meter água deveria ser apenas uma habilidade da mãe natureza.