Alguns dos temas desta conferência vão incidir sobre como abordar a poluição marinha; a gestão de protecção, conservação e restauração de ecossistemas marinhos e costeiros; tornar a pesca sustentável e proporcionar acesso aos pescadores artesanais de pequena escala aos recursos e mercados marinhos; o aumento do conhecimento científico e o desenvolvimento da capacidade de pesquisa e a transferência de tecnologia marinha.
Temas muito interessantes que também vão estar associados a duas metas importantes. A primeira, a Meta 11 de Biodiversidade de Aichi, que previa que 10% das áreas costeiras e marinhas fossem conservadas até 2020. Nós continuamos em zero. A segunda, que propõe que 30% da área das Zonas Económicas Exclusivas tenha planos de ordenamento do espaço marinho até 2030. Angola ainda pode contribuir para esta meta.
Apesar da limitação de viagens ao exterior no período que antecede as eleições gerais, marcadas para Agosto deste ano, Angola prepara-se para participar nesta conferência com pompa e circunstância. Não está claro que metas é que serão apresentadas pelo nosso País, que dá os primeiros passos na criação da primeira área marinha de conservação (no Namibe), na elaboração da estratégia nacional do mar e do esboço do plano de ordenamento do espaço marinho.
Convém realçar que ir ao reboque das metas globais não pode ser a nossa postura. Temos de pensar global e agir local, adaptando o que é proposto globalmente, reconhecendo o nosso contexto, limitações e pensamento estratégico. Na recente comemoração do Dia Mundial dos Oceanos, realizada no dia 8 de Junho, o País celebrou a data com uma marcha pelos oceanos. Dezenas de pessoas acorreram à marginal para fazer alguns exercícios físicos, alongamentos e afins, uns passitos de dança e depois caminhar pelo calçadão, aproveitando a brisa do cacimbo. Talvez tenha sido lindo, mas certamente ineficaz. Vamos esperar que, em Lisboa, a delegação de Angola não tente vincar a sua participação e mensagem com um enquadramento da dança da família. Poderá até contagiante e coreograficamente bonito mas certamente que será ineficaz.