Enquanto intervinha no arranque os trabalhos do Bienal de Luanda 2021 - Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, João Lourenço referiu que Angola "tem vindo a aprender a lidar cada vez melhor com as diferenças de um contexto democrático em constante evolução e aprofundamento".

A bienal começou este sábado e vai decorrer até terça-feira na capital, e o Chefe de Estado espera que "seja um sucesso digno de registo com impacto benéfico e duradouro" na construção de um caminho para a paz que se sinta no "continente africano e em toda a humanidade".

João Lourenço tem o desejo que esta bienal, que se realiza pela segunda vez em Luanda, possa vir a "constituir-se como uma plataforma de referência, que agrupe governo, sociedade civil, comunidades artística e científica, o sector privado e as organizações internacionais", na conquista "e manutenção da paz e prevenção de conflitos".

Enalteceu que os vários governos têm de aprender a lidar e aproveitar a vasta comunidade jovem, assim como as diferenças culturais e demográficas que conferem singularidade ao continente africano.

O Chefe de Estado lamentou que "muitos dos filhos de África" tenham abandonado "o continente em condições desumanas e com o risco de suas próprias vidas ao fugir das zonas de conflito ou na procura de emprego e de melhores condições de vida".

"Independentemente da sua idade, formação académica ou profissional, todos eles são importantes e necessários para o desenvolvimento do nosso continente", completou.

A expectativa, prosseguiu, é que possam um dia regressar "voluntariamente" e que contribuam para o desenvolvimento de África: "Este passo marcaria o reencontro com as suas terras, as suas gentes, para que, num abraço fraterno à pátria que os viu nascer, enfrentem o desafio de ser protagonistas do progresso e do desenvolvimento dos respectivos países".

O importante agora, elencou, é "identificar com objectividade as causas reais das nossas dificuldades, os caminhos a trilhar e os parceiros verdadeiramente interessados em apoiar o desenvolvimento de África".

As contingências ditadas pela pandemia de covid-19 obrigam a que a Bienal decorra de forma híbrida: presencial e virtual.

O programa da Bienal assenta em três eixos: Diálogo Intergeracional entre Líderes e Jovens; Festival de Culturas e Lançamento da Aliança de Parceiros por uma Cultura de Paz.