"O irmão Ngola Kabangu realiza actividades sem o prévio conhecimento da direcção do partido. Este comportamento viola os estatutos do partido", disse Nimi-a-Nsimbi aos jornalistas.
A insatisfação de Nimi-a-Nsimbi surge na sequência dos festejos dos 64 anos de início da luta armada de libertação de Angola assinalado segunda-feira, 05, quando Ngola Kabangu e vários militantes da FNLA foram ao cemitério Alto das Cruzes para homenagear o nacionalista Cónego Manuel das Neves, que jogou um papel importante na luta de libertação de Angola.
"Nós mobilizámos militantes para o mesmo acto, e, postos lá, o irmão Ngola Kabangu também lá estava com outros militantes da FNLA", reclamou o presidente do partido, considerando que a atitude é "uma insubordinação".
De acordo com o líder da FNLA, "a insubordinação generalizada" no seio do partido será abordada na próxima reunião do comité central, que vai analisar a vida interna da organização e a situação socioeconómico do País.
Em reacção, Ngola Kabangu disse que foi ao cemitério Alto das Cruzes para homenagear o nacionalista Cónego Manuel das Neves, com antigos combatentes do Exército o de Libertação Nacional de Angola (ELNA), antigo braço armado deste movimento de libertação.
"Nós mobilizámos apenas antigos combatentes do ELNA, para homenagearmos este filho de Angola", disse Ngola Kabangu.
Refira-se que o actual presidente do partido foi eleito em 2020, depois de uma crise interna desta formação política histórica que teve início 1999, quando a facção liderada por Lucas Ngonda realizou um congresso que nunca foi reconhecido pela ala do falecido Holden Roberto, fundador do partido.
Na altura, as partes acordaram a realização de um congresso em 10 meses, prazo que não foi cumprido por Holden Roberto, alegando falta de condições financeiras, o que levou a uma nova divisão interna.
A FNLA é um movimento político fundado em 1954. Foi um dos movimentos nacionalistas angolanos durante a guerra anticolonial de 1961 a 1974.