A decisão de manter a convocatória foi anunciada hoje em conferência de imprensa, com Adolfo Campos, do grupo de organizadores, a garantir que nos termos da lei estão legais.
"Qualquer decisão que for negativa para adiar a manifestação o Movimento não vai aceitar. O Movimento tem uma linha e esta linha vai ser cumprida. Nós nunca recuámos nas nossas palavras", frisou.
Em causa está a alegada ilegalidade da realização da manifestação, que está a ser convocada para as 15 horas (mesma hora em Lisboa) de quinta-feira, com a polícia a alegar que a Lei do Direito de Reunião e de Manifestação proíbe iniciativas desse tipo antes das 19 horas, aos dias de semana.
Os organizadores contrapõem com a Constituição, que assegura o direito de reunião e de manifestação.
Seja como for, a repetir-se o que tem acontecido nas anteriores manifestações convocadas pelo MRA, a polícia vai reprimir as poucas dezenas de jovens que acorrerem ao apelo do MRA.
Na convocatória são adiantadas sete razões para a realização de uma "manifestação pacífica contra as injustiças sociais": a exigência de saber o que aconteceu a Isaías Cassule e Alves Kamulingue, ex-militares desaparecidos desde os dias 27 e 29 de maio de 2012, o protesto contra os gastos com a organização do Mundial de Hóquei em Patins face à penúria provocada pela fome e seca no sul do país, as demolições e despejos forçados e os alegados abusos de poder do executivo angolano.
Do rol consta ainda o protesto contra "as violações dos direitos das zungueiras" (vendedoras ambulantes), a "má qualidade" da educação e saúde e o "total abandono" dos antigos combatentes e o "magro salário" dos agentes da polícia e militares.
Caso a manifestação volte a ser reprimida, o MRA assegura que optará por "outras vias" e, sem entrar detalhes, Adolfo Campos e Gaspar Luamba, outro dos organizadores, disseram que existe a possibilidade de realização de protestos diários, durante a realização do Mundial de Hóquei em Patins, que decorrerá entre os dias 20 e 28 deste mês em Angola.
Lusa / Novo Jornal