“É uma estratégia do Governo para se evitar romarias”, disse ao Novo Jornal um membro da família de Jonas Savimbi. Para este familiar, não se justifica que o Executivo não autorize a realização do funeral, 14 anos após a sua morte.
Jonas Savimbi morreu em combate no dia 22 de Fevereiro de 2002, na região do Lucusse, e o seu corpo foi formalmente sepultado na cidade do Luena, capital da província do Moxico. O desejo da família é de que o fundador da UNITA seja sepultado na sua terra natal, na província do Bié.
No evento que visava recordar o seu fundador, na semana passada, a UNITA disse que “é urgente dotar Angola de um Governo que encare de forma diferente a governação do país, e que implemente o pensamento estratégico de Jonas Savimbi no que respeita à busca de soluções económicas, priorizando o campo para beneficiar a cidade, tal como recomenda o Projecto do Muangai”.
Lê-se na declaração que “a UNITA reafirma que mantém a sua vontade de realizar, assim que as condições permitirem, os funerais condignos de Jonas Malheiro Savimbi e demais dirigentes do partido tombado pela paz, e exorta o Executivo angolano a cumprir as suas responsabilidades atinentes a este processo”.
O maior partido da oposição afirma ainda que “Jonas Malheiro Savimbi continuou a defender a agenda da paz e reconciliação nacional, apesar da exclusão e da violência da guerra movidas pelo MPLA e seus aliados do Bloco do Leste contra a UNITA”.
“A instituição do multipartidarismo e a realização de eleições em Angola são, sem sombra de dúvidas, o resultado da visão estratégica de Jonas Malheiro Savimbi, que perspectivou em 1966 a inserção de Angola no concerto das nações democráticas do mundo, ao plasmar no Manifesto do Muangai ‘Democracia assegurada pelo voto do povo através de vários Partidos’”, termina a declaração.