Quando se diz, para lá do ruído em torno de suspeitas de fraude nas eleições, que a abstenção, acima dos 55%, foi o "grande vencedor", investigadores nacionais olham com atenção para os resultados de um estudo de opinião do Afrobarómetro realizado no início deste ano, antes da aprovação da Lei das Sondagens e Inquéritos de Opinião, mas defendem um estudo pós-eleitoral capaz de aferir as causas do fenómeno.
O professor Carlos Pacatolo, investigador desta organização internacional com representação no País, lembra que existiam militantes do MPLA apostados em não votar no seu partido, reticentes, entretanto, quanto a um voto na alternância.
"Por um ou outro motivo, estavam descontentes, pelo que não votaram, nem na alternância. Assim começo por explicar o aumento da abstenção", assinala o director do Instituto Superior Jean Piaget - Pólo de Benguela.
Sobre este ponto, há uma reflexão do sociólogo David Boio, outro investigador do Afrobarómetro, em relação à província de Luanda, a maior praça eleitoral, onde o partido no poder obteve, segundo as contas da CNE, pouco mais de 600 mil votos.
"Mas, como sabemos, o discurso dos seus dirigentes aponta para um milhão de militantes", observa Boio, realçando que "a maioria dos angolanos está insatisfeita com a governação de João Lourenço".
(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, pagável no Multicaixa. Siga o link: https://leitor.novavaga.co.ao/