O partido liderado por Adalberto Costa Júnior, com 90 deputados no Parlamento, diz que apenas tomou conhecimento deste documento através da imprensa e que foi com surpresa que soube da sua existência.

Angola tem uma estratégia abrangente e de longo prazo, mandada elaborar pelo Presidente da República, João Lourenço, documento a que o Novo Jornal teve acesso e sobre o qual pode ler aqui, aqui e aqui.

A agenda "Angola 2050", concluída em Fevereiro de 2023, já após a pandemia e tendo em conta o contexto do conflito armado entre Ucrânia e Rússia, envolveu "centenas de instituições nacionais e internacionais", mais de mil entrevistas com grupos de interesse, incluindo a sociedade civil, academia, sector privado, instituições governamentais - no plano central e provincial - e multilaterais.

Segundo o primeiro-ministro do "Governo Sombra", a UNITA, quando teve conhecimento pela imprensa, perguntou-se "de onde saiu este documento de 400 páginas 'Angola 2050'".

"Nesse Plano Estratégico "Angola 2050" nós não fomos ouvidos. Não há lá qualquer contribuição da UNITA. Fizeram as coisas e estão aí avançar como se não houvesse outra vontade política que poderia ajudar a enriquecer o documento", explicou.

Conforme o primeiro-ministro do "Governo Sombra", só agora é que a maior força política na oposição vai estudar o documento para ver se contém coisas boas que possa ajudar a melhorar.

"Agora é que a UNITA vai estudar o documento que não contribuiu para ver o que pode ajudar a melhorar", disse Raúl Taty, acrescentando que "a UNITA é obrigada a estudar o documento para contribuir".

Estas afirmações foram feitas ao Novo Jornal pelo primeiro-ministro do "Governo Sombra" da UNITA, Raúl Taty, no final de uma conferência de imprensa em que o partido marcou posição sobre a greve dos professores do ensino superior das universidades públicas, que já dura há três meses.

Entretanto, a UNITA lamenta o facto de o MPLA continuar fechado ao diálogo com a oposição e a dificultar as conversas sobre o País.

"O MPLA tem de abrir os caminhos para o diálogo, não pode vir com palavras do tipo, `queremos o diálogo`, mas continuar fechado. Infelizmente não tem chamado a UNITA para dialogar. Porque para chamar a UNITA tem de ser a partir do presidente do partido, infelizmente isso também não tem estado a acontecer", explicou o político.