A decisão consta do comunicado saído da reunião que juntou ao longo de cerca de quatro horas os presidentes de Angola, África do Sul, República do Congo, República Democrática do Congo (RDC), Ruanda e Uganda.
A mini-cimeira foi convocada pelo chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos, na qualidade de presidente em exercício da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), para debater a adopção de "mecanismos de neutralização das forças rebeldes no leste da República Democrática do Congo", como disse uma fonte diplomática à Lusa antes da reunião.
As "acções militares" serão dirigidas contra os rebeldes que "persistirem" em não desarmarem.
O comunicado salienta ainda que os seis chefes de Estado declararam que vão proceder, em colaboração, com as Nações Unidas ao "rápido repatriamento", do Uganda e Ruanda, dos ex-militares do M23, grupo rebelde que operava no leste da RDC.
O documento destaca ainda que os seis presidentes "encorajaram" o governo da RDC a "continuar" as acções que visem "neutralizar" a FDLR, o novo grupo rebelde que opera no leste daquele país.
Além da situação no leste da RDC, os seis presidentes "analisar a situação global de segurança na África Austral", e "recomendaram medidas pertinentes", que o comunicado não revela quais são.
No discurso de abertura dos trabalhos, José Eduardo dos Santos disse ter recebido informações que ameaçam a paz e segurança na região dos Grandes Lagos e que "requerem solução urgente".
José Eduardo dos Santos destacou a necessidade de se "aprofundar o estudo das medidas" que devem ser tomadas para "neutralizar as forças negativas".
"Referimo-nos aos grupos da ADF e da FDRL e à necessidade de se empreenderem acções multidisciplinares no plano político, social e militar, quando for imprescindível para se alcançar a paz plena e definitiva", acrescentou.
Nesta mini-cimeira de Luanda não participou o chefe de Estado da Tanzânia, como chegou a ser anunciado previamente.
À excepção da África do Sul, os restantes países integram a CIRGL.
O Presidente sul-africano Jacob Zuma já em Janeiro esteve presente em Luanda na cimeira que marcou o início dos dois anos de presidência angolana da organização.
A participação de Jacob Zuma decorre do facto da África do Sul ser um dos signatários do acordo de paz, segurança e cooperação para a RDC, integrar o mecanismo de supervisão regional e ser um dos países que mais contribui com militares para missões de interposição ou de paz.
Criada formalmente em 2004, a CIRGL integra, além de Angola, o Burundi, República Centro Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Quénia, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda e Zâmbia.
Lusa / Novo Jornal