O MPLA, partido com maioria qualificada na Assembleia Nacional, admite a possibilidade de "deixar cair" alguns artigos (tidos como fracturantes) constantes da nova Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, que o Presidente da República se recusou a promulgar.

Diferente de outras ocasiões, João Lourenço vetou o diploma, mas não indicou o que deseja ver expurgado na referida lei, tendo sugerido apenas que o Parlamento a reapreciasse, objectivando a "sã concorrência, lisura e verdade eleitoral, no quadro da permanente concretização do Estado Democrático de Direito".

O documento foi aprovado pela Assembleia Nacional a 01 de Setembro, durante a 12.ª Reunião Extraordinária, por maioria qualificada, sendo 126 votos a favor do MPLA, 52 contra, da UNITA, CASA-CE e PRS, e uma abstenção da FNLA.

Ao Novo Jornal, João Pinto, deputado e vice-presidente do Grupo Parlamentar do MPLA, optou, por uma questão de "estratégia política", não deixar claro sobre que pontos os camaradas estão predispostos a ceder, no âmbito das novas discussões da lei das eleições, tendo sublinhado que "tudo é possível".

"Havendo veto do Presidente, haverá também uma apreciação. Em momento próprio, ficarão a saber. As plenárias são públicas. A reapreciação pode dar como resultado a clarificação de uma norma ou a sua alteração ou também esclarecer algumas dúvidas existentes", destacou o deputado.

Também ao Novo Jornal, a deputada Mihaela Webba, da UNITA, manifestou-se céptica quanto aos resultados que se podem obter da nova discussão solicitada pelo Chefe de Estado angolano, no quadro da Lei Orgânica das Eleições Gerais. Para a também constitucionalista, o MPLA, que detém a maioria na Assembleia, "não vai alterar muito naquilo que já está no Parlamento".

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