A cidade de Luanda, capital de Angola, é uma das mais dramáticas do continente africano no que diz respeito à história, densidade populacional e desigualdade, estando a atravessar, actualmente, aquilo a que a população chama "crise", situação relacionada com a recente queda abrupta das receitas petrolíferas e com a má governação, com repercussões particulares para os pobres, consideram observadores políticos angolanos.

Ao debruçar-se sobre os direitos civil e político dentro do quadro da Reforma do Estado e da Justiça, o analista Sérgio Calundungo colocou acento tónico nas questões de desigualdades sociais como o maior desafio da actualidade.

Disse que, comparativamente ao período pós-independência, nos dias de hoje surgiram alguns endinheirados, mas a maioria da população continua a viver na indigência.

O analista não apresenta números concretos, desafiando o Instituto Nacional de Estatística (INE), mas avança que tem a impressão de que "o fosso entre pobres e ricos é cada vez dramático em Angola", situação que alega ter sido criada com o apoio das instituições do Estado e do próprio sistema de Governo.

"Fico com a impressão de que o fosso entre os mais desfavorecidos (a maioria) e os ricos (minoria) é algo dramático", salientou, tendo argumentado não conhecer nenhum caso no País de enriquecimento sem o apoio das instituições do Estado. Por isso, quanto à abordagem sobre a Reforma de Justiça, entende que não acredita nela, se baseada no rácio jurídico ou legal, pois precisam de ser destruídas várias ideias de mérito de determinados grupos sociais.

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