"Esta responsabilidade é do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, que deveria expurgar estas pessoas, e não a CNE", disse Guilherme Neves, que falava numa conferência de imprensa que serviu para apresentar um relatório sobre o processo eleitoral em curso no País.

Segundo este responsável, os partidos políticos concorrentes às eleições gerais de 24 de Agosto têm razão quando reivindicam que esta situação que não é confortável.

"Queremos um processo eleitoral livre, justo e transparente. Quem perdeu deve aceitar o resultado, porque as eleições são uma festa da democracia", acrescentou.

O presidente da Associação Mãos Livres apelou aos partidos políticos concorrentes às eleições de 24 de Agosto, a optarem por uma conduta aceitável, e que as suas acções não instiguem a violação do direito à integridade física, à vida, o direito à paz e à segurança pública.

Pediu também à CNE que melhore a gestão do processo e cumpra integralmente as normas que visam o processo eleitoral inclusivo, justo e transparente, e que não propicie indícios de questionamento do parte dos partidos e dos cidadãos.

"O Tribunal Constitucional deve adoptar uma postura da independência e justiça, defendendo e salvaguardando a democracia, o acesso ao direito e tutela jurisdicional efectiva e o princípio da igualdade nos termos da Constituição de Angola", referiu.

Referiu que os órgãos de segurança sejam apartidários e ajam de forma republicana e pedagógica, uma vez que o seu papel é zelar pela segurança, tranquilidade pública, protecção das instituições e dos cidadãos.

Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.

A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).

Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).

A Comissão Nacional Eleitoral criou 13.238 assembleias de voto, constituídas por 26.443 mesas, no território nacional, enquanto que para a votação dos eleitores inscritos no estrangeiro foram criadas 26 assembleias de voto com 45 mesas de voto. Para este total de mesas de voto foram recrutados 105.952 membros.