"A agricultura é um sector fundamental da nossa economia e uma área que vale a pena apostar. A guerra civil que enlutou Angola perturbou a vida comunitária dos camponeses, provocando um êxodo para as cidades onde não encontraram melhorias das condições de vida. Por isso, o Governo da FNLA vai traçar políticas para o regresso das pessoas às zonas agrícolas", referiu Nimi a Nsimbi na abertura da campanha eleitoral que homenageou o líder fundador, Holden Roberto, falecido no dia 02 de Agosto de 2007, em Luanda, aos 84 anos.

De acordo com o líder da FNLA, "deve-se pugnar para uma política agraria, visando a recuperação do tempo, a reapropriação progressiva das áreas de produção e sua distribuição ao cidadão".

"É no sector da agricultura que serão encaminhados os maiores financiamentos e estabelecer os macro-programas e projectos no quadro do plano de desenvolvimento do País", disse.

Na sua opinião, a agricultura é um dos sectores em que Angola tem mais vantagens competitivas para diversificar a economia, podendo transformar-se no seu novo "petróleo".

Sendo a província do Zaire uma produtora de petróleo, referiu que tem contribuído com maior peso na entrada das divisas para o País, mas, "infelizmente, para os angolanos, as receitas dessa venda nunca serviram para eliminar ou pelo menos reduzir a miséria e a pobreza.

"Atendendo à sua importância na fase actual da economia, o Governo da FNLA vai colocar o petróleo como motor de industrialização do País e da melhoria das condições de vida das populações", garantiu, salientando que a FNLA vai encorajar e incentivar a participação do capital estrangeiro na exploração de petróleo com vantagens mútuas.

"Vamos promover o trabalhador angolano e que não haja diferenças abismais quanto ao salário e regalias entre si e o seu congénere expatriado", prometeu.

Relativamente a nível macro-económico, referiu que o seu Governo vai reforçar o papel do Orçamento Geral do Estado (OGE), na gestão macro-económica e social do País, garantido a unidade e a universalidade do mesmo.

"Vamos disciplinar as despesas do OGE, estancando a corrupção, assegurando o controlo e a gestão pelo Governo de todas as receitas, doações e despesas do Estado", disse.

A FNLA, segundo político, vai adoptar uma estratégia social de combate ao desemprego, delinquência juvenil e os flagelos sociais.

"O bem-estar social do homem, a sua melhoria em todos os aspectos devem ser centro de interesse e de preocupação central de um Governo, estabelecendo medidas de justiça social e de apoio aos necessitados", acrescentou.

Reiterou a importância de conceder, entre outros, direitos aos trabalhadores, igualdade e oportunidade no emprego, respectivas férias, repouso médico e licenças disciplinares.

A proposta da FNLA, segundo Nimi a Nsimbi, consagra a exoneração dos ministros de Estado, ministros e secretários de Estado pelo Presidente da República, sob proposta do primeiro-ministro, que é Chefe do Executivo.

"O nosso partido é a favor da descentralização político-administrativa, que atenda com preponderância as necessidades do desenvolvimento regional e a sua contribuição para todo o País", disse o político.

Nimi a Nsimbi disse que, o povo do Zaire está mobilizado para participar nas eleições Gerais e garantir a eleição dos deputados no círculo local.

"A nossa mensagem eleitoral explica não só aos angolanos, mas também a todos aqueles interessados e pugnam pela estabilidade política e social de Angola, a nossa visão política, social e econômica", referiu.

Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.

Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.

A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).

Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).