"A situação geral da calamidade reclama por medidas extraordinárias de controlo dos preços da cesta básica, das pandemias que matam mais angolanos do que a covid-19 e a pandemia da má governação", diz uma declaração conjunta assinada hoje pelo presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, do Bloco Democrático, Filomeno Viera Lopes e do coordenador do projecto político, PRAJA- SERVIR Angola, Abel Chivukuvuku, que anunciaram para breve mais informações sobre esta aliança, como, por exemplo, o nome definitivo, quando e como vai ser constituída, e quem vai liderá-la.
Para já, os três políticos juntaram-se para fazer mais uma conferência de imprensa.
No documento que entregaram aos jornalistas uma declaração final, esta aliança lembra que no sul do País, "aldeias inteiras assistem ao êxodo das suas populações assoladas pela fome e pela falta de água que agravam a pobreza e semeiam a morte".
"O País está falido, doente, sem rumo. A juventude, que é o futuro da nação, sente-se traída e impotente porque os governantes, ao invés de governarem para o povo, roubam o País e roubam também o futuro da juventude", acusa o documento, salientando que todos os dias sobem os preços da cesta básica.
Na declaração o dedo é apontado ao Governo e à sua "incapacidade de resolver os problemas sociais", que se tornou "estrutural e congénita".
Refere ainda o documento que o levantamento da cerca sanitária em Luanda poderá ajudar a economia, mas não será o suficiente, propondo ao Executivo um debate, no País, do seu programa pós-covid-19.
"Os angolanos querem governantes que sejam patriotas, que amem o povo, respeitem a Lei e não sejam corruptos", refere o documento, salientando que "o tempo da democracia tutelada para perpetuar no poder alguns e excluir outros acabou".
Relativamente às eleições, a frente patriótica encabeçadas pelos três políticos salienta, na declaração entregue aos jornalistas, que "a manipulação de procedimentos e resultados eleitorais praticados até aqui firmam a convicção de que a liderança do MPLA quer para Angola um capitalismo do partido único".
"A revisão da legislação em curso deve assegurar que a entidade gestora da base de dados dos cidadãos maiores garanta que a oficiosidade do registo alcance o objectivo intencionado pela Constituição, que é a universalidade", refere o documento, frisando que Angola deve aproveitar esta oportunidade soberana para produzir leis consensuais e estáveis que garantam a transparência dos processos eleitorais.