Numa fase em que funcionários do Estado angolano alegam que os seus ordenados estão muito abaixo do custo de vida actual, exigindo do Governo um novo ajuste salarial, esses acabam por ser surpreendidos com a proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) 2023, que apresenta gastos mais altos com os agentes do Estado que viajarem em missão de serviço do que com salário de trabalhadores de 16 dos 23 ministérios do Executivo, analisou o documento o Novo Jornal.

De acordo com a proposta de OGE 2023, observada por este semanário, o Governo do Presidente João Lourenço prevê gastar 103,1 mil milhões de kwanzas, correspondentes a 205 milhões de dólares, em encargos com viagens em missão de serviço e transporte de bens, tendo o montante crescido 19% face aos 86,9 mil milhões Kz definidos para o mesmo fim no orçamento de 2022.

O crescimento para 19% nestes encargos pode ser visto como contraditório se se olhar ao detalhe o que diz o relatório de fundamentação da proposta de OGE 2023, já que, no documento, no capítulo da política fiscal, do lado da despesa é defendida a "redução das classes dos bilhetes de viagem dos titulares de cargos políticos, magistrados, deputados e respectivos cônjuges, da 1.ª classe para a classe executiva, e, dos titulares de cargos de direcção e chefia, da classe executiva para a classe económica".

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