Angola é, até ao momento, dos poucos Países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que nunca realizaram eleições autárquicas, uma realidade que, na perspectiva de muitos, seria alterada no presente mandato de João Lourenço, que, entretanto, termina já este ano.

Foi o próprio Presidente da República quem levou as pessoas a alimentar a ideia de que as autarquias seriam uma realidade neste mandato iniciado em 2017, quando, em 2018, durante uma reunião do Conselho da República, anunciou a sua vontade de ver Angola realizar eleições autárquicas em 2020, tendo, na ocasião, tornado público que o seu Executivo estava já a trabalhar na elaboração de propostas legais para submeter à Assembleia Nacional (AN).

"Trazemos para esta reunião do Conselho da República, para que o Presidente da República possa ser aconselhado pelos dignos conselheiros sobre a proposta de realizar as autárquicas em 2020 e a proposta de realizar, inicialmente, certo número de municípios, na base do princípio do gradualismo, definindo-se os critérios da sua selecção", disse João Lourenço, precisamente a 22 de Março de 2018.

Os seus conselheiros, sobretudo os líderes partidários, manifestaram satisfação e encorajaram o Chefe de Estado.

Face ao anúncio, associado à maioria qualificada que o MPLA tem na Assembleia Nacional, era esperado por grande parte das pessoas que todo o pacote legal autárquico fosse aprovado o mais breve possível, tendo em conta a vontade do Chefe de Estado, que é, concomitantemente, presidente dos "camaradas".

Entretanto, o anúncio levou a que muitos cidadãos, entre partidários e apartidários, desenvolvessem o desejo de poder vir a administrar o País, embora localmente.

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)