"Estamos desapontados com a posição de Angola. Foi uma surpresa para nós o facto de o Governo angolano não ter mostrado até agora o seu posicionamento, mas esperamos que o faça e que condene os ataques do grupo terrorista Hamas ao Estado de Israel, porque o Hamas não representa as autoridades da Palestina", disse o representante do Estado de Israel em Angola.
Segundo Shimon Solomon, é preciso que Angola mostre a sua posição e não fique em silêncio quanto aos ataques de que Israel foi alvo no dia 07 deste mês no seu solo.
O diplomata assegurou que a tomada de posição do Presidente João Lourenço foi em nome da SADC e não de Angola.
"A posição mostrada pela SADC não é do Governo de Angola, é desta organização. Queremos que o Estado angolano mostre, particularmente, qual é a sua posição", disse Shimon Solomon em conferência de imprensa, esta tarde, na sede da Embaixada de Israel em Luanda.
Conforme o diplomata israelita, o que o grupo Hamas fez a Israel é comparado ao Estado Islâmico, e é muito grave.
Shimon Solomon disse que o posicionamento de Angola junto da SADC é apenas diplomático e recomenda apenas que haja bom consenso entre as partes.
"O que Israel quer é que Angola tome uma posição enquanto País, porque Angola e Israel são dois países amigos há muitos anos, mas a situação actual é de quem atacou quem. Israel foi atacado e sofre. Esperava, como amigo de Angola, que houvesse um posicionamento a condenar os actos de terror de que o meu país foi alvo", referiu o embaixador, acrescentando que depois disso o seu País vai tomar outras medidas.
Questionado pelo Novo Jornal sobre quais seriam estas medidas, Shimon Solomon não as indicou, mas assegurou estar "desapontado" com Angola.
"Não podemos dizer o que vai acontecer daqui para a frente, mas a verdade é que estamos desapontados com Angola e essa é a realidade actual", afirmou este diplomata aos jornalistas, reforçando que foi para Israel uma grande surpresa a ausência de uma tomada de posição até agora de Angola.
Segundo este diplomata, "o grupo Hames não está a proteger a Palestina e estes ataques nada têm a ver com os problemas de território".
"Israel não está em guerra com a Palestina, prosseguiu o embaixador aos jornalistas, Israel está em guerra contra o grupo terrorista Hamas, e isso é bom que fique claro", salientou.
"Queremos que o povo palestiniano deixe as zonas controladas pelo Hamas para que Israel possa de facto efectuar os seus ataques porque os terroristas estão infiltrados no seio das populações e não são um exército como tal", afirmou.
Segundo Shimon Solomon, o Estado de Israel que acabar com o grupo Hamas e está a ter cuidado para não matar civis.
"O que aconteceu foi que o Hamas invadiu zonas residenciais civis e queimou casas com famílias inteiras lá dentro. Em um dia foram registadas mais de 1.200 mortes que só se compara aos dados do Holocausto, de pessoas mortas num dia, e de centenas de cidadãos raptados e feitos reféns pelo Grupo Hamas", explicou.
O embaixador israelita em Angola confirmou que seis cidadãos angolanos já deixaram Israel, via Portugal, e que outros 17 estão por ser repatriados.