"Quando um edifício tem o telhado danificado ou uma parede rachada, em pouco tempo se reabilita, mas se as suas fundações, seus alicerces não forem sólidos, com certeza que o edifício se desmorona", afirmou João Lourenço, no seu discurso de abertura, no Futungo de Belas, dirigindo-se aos mais de 2.500 primeiros-secretários dos Comités de Acção do MPLA (CAP), que vão avaliar o estado organizativo e funcional do processo de redinamização das estruturas do partido, com ênfase na realização das assembleias.

Segundo o líder do MPLA, desde a sua existência, a formação política que lidera o País desde a Independência Nacional "sempre fez leituras correctas sobre os sinais dos tempos, o que tem vindo o proporcionar o bem-estar da sociedade".

João Lourenço referiu que os Comités de Acção do Partido devem estar inseridos no seio da sociedade, interagindo com todos sobre a situação do País.

"Mesmo ali onde o Executivo não resolveu os problemas não fujam ao diálogo", disse João Lourenço, frisando que os Comités de Acção do Partido são os que divulgam o programa do partido e as acções do Executivo nas comunidades.

Joaõ Lourenço defendeu lisura nos processos de renovação de mandatos nos Comités de Acção do MPLA, frisando que os jogos de influência têm vindo a prejudicar na nomeação dos quadros.

"O Executivo está a construir escolas, hospitais, refinarias de petróleo. Está a implementar grandes projectos de combate à seca no sul do País. A agricultura familiar aumentou, criando mais emprego para a juventude".

O presidente do MPLA destacou a presença das mulheres que ocupam cargos de referência, como as vice-presidentes do MPLA e da República, ou da presidente da Assembleia Nacional (...), ministras e governadoras.

Na opinião de João Lourenço, Angola vai comemorar 50 anos da independência que será uma festa nacional e também um momento de reflexão sobre o que foi feito neste período.

"Será um ano de festa, de comemorações, mas também de reflexão sobre os caminhos trilhados nestes cinquenta anos: onde Angola estaria hoje? Que nível de desenvolvimento económico e social teria hoje, se não tivéssemos sido vítimas da Guerra Fria? Com certeza que estaríamos bem longe, bem melhor", afirmou.

O líder do MPLA apontou ainda baterias para o maior partido a oposição, "que não fazendo oposição, encorajam e fomentam a desordem, organizam e lideram a subversão, como ficou evidente agora na aprovação da Lei contra a Vandalização dos Bens Públicos, tendo ficado provado, o que já era evidente, que estão por detrás destas práticas antissociais e criminosas".

João Lourenço realçou que, "apesar das dificuldades ainda existentes, dos problemas ainda por resolver, é preciso dizer ao cidadão o quanto o executivo, suportado pelo MPLA, tem feito em prol do progresso, do desenvolvimento económico e social do país".

"Os nossos camaradas primeiros secretários dos CAP merecem todo o nosso respeito e consideração pelo trabalho que realizam, sem a preocupação do mediatismo que as câmaras fotográficas e a televisão proporcionariam caso acompanhassem o seu trabalho", disse, criticando os "jogos de influência" que impedem a sua ascensão a cargos de direção do partido, exortando a denúncia e correcção destas situações.