Na reunião dos dois Chefes de Estado, no âmbito das relações de amizade, cooperação e boa vizinhança, foi ainda abordado o dossier da ZIC (Zona de Interesse Comum) de exploração petrolífera, de acordo com um comunicado final da Casa Civil da Presidência, que informa que João Lourenço e Félix Tshilombo acordaram que equipas técnicas dos dois países vão reunir-se em breve para estabelecerem o cronograma necessário para a implementação do projecto conjunto.
Sobre a matéria de combate à corrupção e à impunidade, diz o comunicado que "os Chefes de Estado consideraram ter havido grande magnanimidade da parte do Estado angolano ao estabelecer um período de graça de seis meses no âmbito da Lei n.º 9/18 de 26 de Junho, sobre Repatriamento de Recursos Financeiros, oportunidade não aproveitada no devido tempo".
Segundo o documento, os dois Chefes de Estado consideram que, um ano passado sobre o fim desse período de graça, "o Estado angolano, na defesa dos interesses dos lesados, os angolanos, tem toda a legitimidade de accionar os meios legais, judiciais, diplomáticos e outros que julgar necessários, a fim de garantir o efectivo repatriamento dos capitais colocados ilicitamente fora do País", bem como providenciar a recuperação de bens em território nacional.
No final do encontro, João Lourenço apelou à cooperação internacional no sentido de apoiar o esforço de combate a corrupção e à impunidade em Angola, realçando que "o melhor caminho para os visados será a máxima colaboração com as autoridades competentes do Estado e com a Justiça angolana".
O Chefe de Estado angolano afirmou também, segundo o mesmo documento, que "o Executivo não interfere na acção da Justiça", respeitando assim o "princípio da observância da separação de poderes".