O comandante-geral da Polícia Nacional (PN), comissário-geral Paulo de Almeida, afirmou hoje, em Luanda, que todas as pessoas que tentarem invadir uma esquadra da polícia ou tentarem qualquer acção contra um agente da polícia, vão levar uma pronta resposta dos órgãos de defesa e segurança, numa resposta aos acontecimentos de Sábado, no Cafunfo, Lunda-Norte, onde várias pessoas morreram durante uma "rebelião armada", diz a polícia, manifestação pacífica, garante o Movimento Protectorado Lunda Tchokwe.
"Que conflitos vocês estão a dizer? Não existe conflito, e fiquem todos avisados, em Angola não existe nenhum protectorado. Todos aqueles que atentarem contra as forças da ordem ou invasão contra uma esquadra da polícia, vão levar à sua medida", avisou Paulo de Almeida, em conferência de imprensa no anfiteatro do Ministério do Interior, quando falava sobre o incidente que ocorreu no dia 31 de Janeiro do ano em curso na vila mineira do Cafunfo, Cuango, Lunda Norte
"Quem vier com pedra, nós vamos responder com bastões, quem vier com catanas, nós vamos responder com com pistolas, quem vier com facas e pistolas nós vamos responder com AKM-47. A estas acções de violência não vamos dar tréguas", avisou o comissário-geral.
O número um da Polícia Nacional salientou que a situação ocorrida na Lunda Norte - uma das províncias mais pobres do País, apesar das riquezas naturais que tem, nomeadamente os diamantes, produzindo localmente a grande maioria, em conjunto com a Lunda Sul, dos mais de 9 milhões de quilates exportados por Angola anualmente - não se tratou de um incidente mas sim de um caso de rebeldia.
"Escutei por aí a falarem de inquérito, vou inquirir o que? Não há nada para ser inquirido, não queria que fosse desta forma, mas eles levaram de acordo com a sua actuação", disse, acrescentando que "os rebeldes que se auto-intitularam como `protectorado Lunda Tchokwe", pensaram que podiam invadir uma esquadra e encontrar os nossos efectivos a dormir".
"Eles foram invadir a nossa esquadra com armas de fogo, paus, catanas e objectos contundente. Pensaram que deviam chegar na esquadra da polícia e receberem beijos... Ainda bem que o nosso lema é manter um olho aberto e fechar outro quando estamos a dormir, eles foram bem recebidos porque são rebeldes", descreveu.
"As pessoas só estão a falar de pessoas civis que morreram. E os policiais mortos? Ninguém fala, os militares e agentes feridos ninguém fala?, eles não são pessoas, não merecem dignidade, não merecem ser inseridos na sociedade? Antes de mandarem bocas analisem os factos", disse.
Já o ministro do interior, Eugénio Laborinho, questionado pelo Novo Jornal sobre o número real dos mortos, respondeu que o número real é seis e revelou que existem diligências na Lunda Norte para capturar o líder do protectorado Lunda Tchokwe.
"O líder desta associação de rebeldes chama-se Zeca Muxima e já existem diligências em curso para a sua localização e captura", revelou.
O ministro revelou ainda a existência de elementos provenientes da República Democrática do Congo (RDC) que violaram as fronteiras para criarem instabilidade naquela localidade e manchar o bom nome de Angola.
"Esses cidadãos congoleses vão pagar de acordo com a justiça. Angola é um País independente desde 1975, não podemos permitir que certos elementos entrem no nosso País para criaram situações de conflito entre irmãos", informou