A directora executiva da Defesa e dos Veteranos namibiana, Wilhelmine Shivute, lançou este apelo durante a 21ª sessão da Comissão Conjunta Angola/Namíbia para a Defesa e Segurança, que está a decorrer em Swakopmund, na Namíbia.

Esta responsável, citado pela imprensa local, sublinhou, aquando deste apelo, feito na terça-feira, dia de arranque deste encontro bilateral, que Angola é o único País da SADC que mantém o uso limitado das suas fronteiras.

Wilhelmine Shivute disse que a continuada situação de fronteiras fechadas para pessoas e bens está na génese de um "aumento de trocas comerciais ilegais, tráficos diversos através de locais porosos na linha de demarcação".

Isso, ao mesmo tempo, acrescentou, que está a afectar muitas crianças angolanas que diariamente se deslocavam à Namíbia para frequentar a escola.

Angola encerrou a fronteiras com o vizinho do sul em Março do ano passado como resposta aos esforços nacionais de controlo da Covid-19, tendo já permitido a reabertura parcial para situações específicas, nomeadamente para tratamentos médicos e outros casos pontuais.

A directora executiva da Defesa e dos Veteranos namibiana aproveitou ainda o momento para defender o reforço da cooperação entre as forças de segurança dos dois países, especialmente na troca de informação e coordenação de esforços para combater e prevenir a criminalidade transfronteiriça.

Um elemento curioso acrescentado por Shivute foi a informação de que as autoridades namibianas estão cada vez mais inquietas com a passagem de moeda falsa na fronteira e nos dois sentidos, bem como o tráfico de bens diversos, desde logo os combystíveis, muito mais baratos em Angola, ou cigarros, entre outros.

Os mais conhecidos crimes transfronteiriços que afectam a fronteira sul de Angola permanecem, como sejam o tráfico de motores de veículos, gado roubado, drogas e tráfico de pessoas.

A representação angolana é liderada pelo Ministro do Interior, Eugénio Laborinho, nesta que é a última reunião desta comissão conjunta, estando previsto de ora em diante uma comissão binacional liderada pelo dois Chefes de Estado.

Este encontro tem o seu ponto alto na quinta-feira, com a presença à mesa dos lideres ministeriais das respectivas comitivas, sendo a questão fronteiriça o tema cimeiro da agenda.