O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento afirma que 54 países em desenvolvimento, onde vivem mais de 50% dos mais pobres do mundo, precisam de alívio urgente da dívida externa e que reestruturação não pode esperar por queda nas taxas de juro ou pelo início de recessão global;
O estudo "Evitando "perder o momento" no alívio da dívida internacional", lançado a tempo de ser debatidos nos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, esta semana, em Washington, refere que o peso da dívida é o resultado de crises globais em cascata.
Para o PNUD, se essas economias não tiverem acesso a uma reestruturação efectiva, a pobreza aumentará e não haverá os investimentos necessários em adaptação e mitigação climática, principalmente porque entre os países mais propensos ??à dívida estão 28 das 50 nações mais vulneráveis ??ao clima do mundo.
O director do PNUD, Achim Steiner, explica que os 54 países da lista representam pouco mais de 3% da economia global. Segundo ele, não se pode "dar ao luxo de repetir o erro de fornecer muito pouco alívio, tarde demais, na gestão do fardo da dívida das economias em desenvolvimento".
Segundo a agência, as condições são boas para que credores e devedores iniciem as negociações de reestruturação da dívida sob o Quadro Comum do G20, evitando um agravamento da dívida dos países em desenvolvimento que, de alguma forma, poderá transformar-se numa crise de desenvolvimento de longo prazo.
O PNUD acredita que os países ricos têm recursos para acabar com a crise que se deteriorou rapidamente, em parte como consequência de suas próprias políticas internas. Essas políticas fizeram disparar as taxas de juros nas economias em desenvolvimento e levaram à fuga dos investidores.
O estudo propõe um caminho a seguir para o Quadro Comum de reestruturação da dívida, com foco em áreas-chave: análise de sustentabilidade da dívida, coordenação de credores oficiais, participação de credores privados e o uso de cláusulas de dívida contingente do Estado, visando a resiliência económica e fiscal futuras.
Propõe que o Quadro Comum mude o foco para reestruturações abrangentes que permitirão aos países um retorno mais rápido ao crescimento, aos mercados financeiros e ao progresso do desenvolvimento.
A agência da ONU destaca que a reestruturação eficaz da dívida é apenas um elemento vital para garantir que as economias em desenvolvimento tenham os recursos necessários para progredir no desenvolvimento sustentável. Além de investimentos em adaptação e mitigação do clima.