Segundo João Lourenço, a Bienal de Luanda, uma iniciativa da República de Angola, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e da União Africana (UA), "constitui um instrumento importante para o fomento da cultura de convivência pacífica no continente, influenciando políticos e sociedade civil que a paz e não-violência são sinónimos de desenvolvimento", lê-se na mensagem.

A terceira edição da Bienal de Luanda, fórum pan-africano para a cultura de paz, arranca esta quarta-feira e vai decorrer até 24 de Novembro, juntando ex-chefes de Estado africanos e responsáveis da UNESCO e da União Africana, na capital, para falar de educação, cultura de paz e cidadania africana como ferramentas para o desenvolvimento sustentável do continente.

O evento, que se realiza em cada dois anos na capital angolana, visa promover a prevenção da violência e a resolução pacífica de conflitos, incentivando a educação, o intercâmbio cultural em África e o diálogo intergeracional.

O evento é uma plataforma de implementação do "Plano de Acção para uma Cultura de Paz em África/Actuemos pela paz", adoptado em Março de 2013, em Luanda, no Fórum Pan-Africano "Fontes e Recursos para uma Cultura de Paz", bem como um espaço de fomento do compromisso dos líderes africanos e da sociedade civil do continente com fundamento nas aspirações da Agenda da União Africana 2063, nos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU e, finalmente, na "Estratégia Operacional da UNESCO para a Prioridade África 2022-2029".

A Bienal de Luanda conta com o esforço conjunto do Governo angolano, da União Africana e da UNESCO, a agência da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura, apostando no envolvimento dos mais novos como protagonistas da transformação que se quer no continente de forma a diluir as origens e razões dos conflitos e crises políticas, combater a pobreza e a desigualdade.

Na abertura do fórum, além do Presidente da República, João Lourenço, e do presidente em exercício da União Africana, Azali Assoumanin, marca presença o ex-presidente de Moçambique e actual conselheiro da União Africana, Joaquim Chissano.

Os ex-chefes de Estado da Nigéria, África do Sul, Quénia e Malaui e o director-geral adjunto da UNESCO, Xing Qu, estarão igualmente presentes.

Segundo João Lourenço, citado num comunicado da UNESCO, este fórum "constitui uma plataforma privilegiada de intercâmbio entre diferentes culturas, religiões e modelos sociais, através de sessões interactivas e construtivas para identificar, promover e difundir modelos viáveis e inclusivos de resolução pacífica de conflitos a nível do continente africano, podendo servir como uma referência potencialmente inspiradora para outras regiões do mundo".

Do programa constam seis painéis sobre temas como o papel dos jovens na promoção da cultura de paz, tecnologia e educação como ferramentas para alcançar igualdade de género, o papel das mulheres nos processos de paz, segurança e desenvolvimento, a transformação dos sistemas educativos, financiamento inovador no contexto africano, perspectivas de crescimento económico e desafios das mudanças climáticas.