Esses objectivos serão concretizados "através da operacionalização de ferramentas, tácticas e acções junto dos fazedores de opinião/influenciadores digitais, parceiros e think-tanks no interior e exterior de Angola, influenciando o "alinhamento" destes, bem como a percepção e a opinião sobre os mais variados materiais e temas", segundo o PNCIE.
O Governo pretende também criar a figura do porta-voz do Executivo, implementar acções de interacção permanente com a população para melhorar o atendimento de quem procura pelos serviços do Executivo.
No documento é defendida a necessidade "de reforçar" o posicionamento estratégico de Angola no contexto internacional e regional, "promovendo a defesa da imagem e da boa reputação dos seus interesses superiores, bem como garantir o desenvolvimento sócio-económico".
O PNCIE 2024-2027 constitui, segundo o Governo, "uma ferramenta estratégica de apoio à gestão da coisa pública, com impacto directo na criação do estado de opinião pública positiva e favorável, a imagem e reputação do Executivo no interior e exterior do País".
A elaboração do PNCIE 2024-2027 visa, segundo se pode ler no documento, responder aos objectivos estratégicos definidos no Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027, com vista à materialização das políticas e os programas existentes, alinhando-se aos compromissos internacionais e nacionais e incorporando todas as iniciativas que visam o desenvolvimento socioeconómico, e que serão cruciais para a edificação de uma sociedade mais próspera e resiliente, e de uma economia mais diversificada, aberta e sustentável.
Com este plano de comunicação, o Governo angolano quer "desencadear acções de comunicação planificada, antecipando-se aos fenómenos das mais diversas áreas, sejam elas previsíveis ou imprevisíveis, minimizando em caso de ocorrência, os danos que possam causar a imagem e reputação do Executivo".
Com este plano, que, segundo o Governo de João Lourenço, defende os princípios da transparência, inovação, legalidade e inclusão na elaboração, execução, acompanhamento e avaliação das intenções, programas, projectos e acções do Executivo, pretende-se "alcançar objectivos específicos internos e externos".
No que respeita aos objectivos internos, o PNCIE 2024-2027 ambiciona "tornar os conteúdos do Executivo mais esclarecedores, simples e persuasivos para a compreensão e aceitação do cidadão; assegurar laços de empatia, humanização progressiva e generalizada do Executivo junto do cidadão; garantir por via dos conteúdos e actos de governação, o reforço do sentimento de confiança generalizado e permanente para o futuro próspero e seguro.
Pretende igualmente "reforçar o comportamento dos funcionários públicos, alinhando com as tarefas, responsabilidades, objectivos e pretensões do Executivo angolano; criar, reforçar e/ou ampliar positivamente o estado de opinião favorável a imagem e reputação do Executivo, junto dos vários segmentos de público-alvo, bem como assegurar o reforço de competência dos titulares de cargos públicos, por via de acções de media training, em materiais de comunicação institucional, marketing e comunicação política e comunicação digital".
Com o PNCIE 2024-2027, o Governo quer igualmente "criar plataformas de desconstrução de mensagens que descaracterizam as decisões e acções do Executivo, garantir o desenvolvimento de estratégias comunicacional que envolvem todos os segmentos da sociedade.
Já quanto aos objectivos "específicos externos", ou seja, fora do País, o Governo deseja "melhorar a imagem de marca e a reputação do Executivo; reforçar o sentimento de pertença e orgulho pela «Marca Angola» dos utentes de serviços públicos, dos residentes na diáspora (académicos, influenciadores e fazedores de opinião, laboratórios de ideias), (think-tank) das diferentes comunidades no exterior; promover acções de comunicação e relacionamento com a comunidade angolana na diáspora, através da promoção de encontro de diálogo permanente, sobretudo por ocasiões das comemorações de efemérides nacionais.
É desejo do Governo de Lourenço "criar o sentimento de pertença e de consciencialização de que a prossecução dos objectivos do Executivo depende da contribuição de cada comunidade angolana na diáspora; criar a "Marca Angola", uma marca que simboliza e agrega os valores para a comunicação externa e interna para o turismo, a cultura e negócios/investimentos".
O Plano Nacional de Comunicação Institucional do Executivo assenta em quatro eixos.
O primeiro eixo, que tem como título "Comunicação Humanizada", será concretizado através de acções e tácticas de comunicação de proximidade «corpo a corpo» e interactivas capazes de aproximar o cidadão ao Executivo, gerar empatia, confiança e, por conseguinte, melhorar e ampliar positivamente a percepcção destes sobre as decisões políticas, medidas pensadas e programas desenvolvidos e executados pelo Governo como um todo, para criar o sentimento de pertença e de consciencialização de que a prossecução dos objectivos do Executivo depende da contribuição de cada um.
O eixo 2 "Media, Relações Públicas e Assessoria de Imprensa" será posto em prática através da operacionalização de ferramentas, tácticas e acções junto dos fazedores de opinião/influenciadores digitais, parceiros e think-tanks (laboratórios de ideias, órgãos de comunicação social, articulistas, instituições de ensino e investigação, influenciadores digitais, entre outros) no interior e exterior de Angola, influenciando o "alinhamento" destes, bem como a percepção e a opinião sobre os mais variados materiais e temas tratados pelo Executivo angolano;
O eixo "Comunicação Digital e Monitorização" também será aperfeiçoado, segundo o PNCIE 2024-2027, e tal será feito "através das várias oportunidades e ferramentas disponibilizadas pelo avanço técnico e tecnológico, bem como com o recurso à Internet, desenvolvendo e disseminando mecanismos e mensagens nas instituições públicas no sentido de estas assegurarem a disponibilidade de informação sobre os actos de governação de forma regular em tempo útil, assim como reforçar e ampliar o comportamento e a sensação de proximidade, com monitoria de audiências, campanhas e acções do Executivo.
Eixo 4 diz respeito à "Publicidade e Marketing": Conceber, produzir e disseminar nos canais convencionais e alternativos de comunicação conteúdos apelativos, contextualizados e persuasivos, capazes de penetrar e contribuir para a mudança de comportamento generalizado sobre temas e questões sociais, cívicas, culturais, económicas, patrióticas, etc.
"Por se tratar da identidade visual do Executivo Angolano, os canais convencionais e alternativos de comunicação irão fazer a promoção do uso correcto dos símbolos nacionais conforme previsto no Decreto Presidencial n.o 161/19, de 20 Maio, que aprova o Manual dos Símbolos Nacionais", lê-se no documento consultado pelo Novo Jornal.
A operacionalidade do PNCIE 2024-2027 obedece a uma estrutura: A Comissão da Comunicação Institucional do Executivo (CCIE), coordenada pelo Chefe de Estado e de Governo, coadjuvado pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social; o Grupo Técnico de Comunicação Institucional do Executivo (GTCIE), coordenado pelo secretário de Estado da Comunicação Social, coadjuvado pelo director nacional de informação e comunicação institucional e toda a estrutura de comunicação institucional do Executivo (departamentos ministeriais, governos provinciais, administrações municipais e empresas públicas) nomeadamente os gabinetes de comunicação institucional.
Haverá cinco células responsáveis pela colocação deste plano no terreno: a "célula de análise", que tem como objectivo principal a recolha e análise detalhada da imagem do País interna e internacionalmente, envolvendo pesquisa web, avaliação dos Media tradicionais, estudo de ranking, consultas de opinião; A célula de estratégia de comunicação, que visa dar provimento aos resultados da célula de análise sobre os pontos críticos e à consequente definição de prioridades e a elaboração de um plano de actuação; o Centro de Comunicação Institucional, que tem como missão centralizar, organizar e comunicar de forma concentrada, optimizada e multidisciplinar, envolvendo a comunicação interna (entre os órgãos do Executivo) e comunicação externa (fora da estrutura do Executivo), comunicação directa (acções direccionadas ao público) e comunicação indirecta (por via de meios e expedientes de comunicação), o Centro de Imagem Institucional promoção e gestão da imagem do País (Nacional e Internacional), que tratará da criação da «marca Angola», a custódia e gestão das marcas e logomarcas criadas pelo Executivo, o plano de comunicação internacional de Angola e o plano de promoção internacional de Angola; e, por último, o Centro de Produção de Conteúdos, dotado de especialistas e criativos, vocacionado para a produção de conteúdos do Executivo (departamentos ministeriais, governos provinciais, institutos públicos e administrações municipais).
O PNCIE 2024-2027 é suportado por um ecossistema de comunicação (elementos de redes de troca de informação) que visa "criar um estado de opinião positiva, apontando para um público-alvo e garantir a melhoria da imagem e de uma reputação favorável do Executivo angolano" composto pelos seguintes órgãos: Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social; Centro de Imprensa do Presidente da República (CIPRA); gabinete de comunicação institucional e imprensa dos departamentos ministeriais; gabinetes de comunicação social dos governos provinciais e administrações municipais; gabinete de comunicação e imagem (marketing) de empresas estratégicas do Estado.
É igualmente suportado pelo gabinete de comunicação e imagem da Assembleia Nacional (AN); gabinete de comunicação e imagem dos tribunais superiores (Constitucional, Supremo e de Contas); gabinete de comunicação e imagem dos órgãos de Defesa e Segurança; gabinete de comunicação e imagem do Banco Nacional de Angola (BNA); órgãos de comunicação social públicos e privados; serviços de comunicação digital do Executivo; serviços de imprensa das representações diplomáticas, outras empresas de pesquisa de mercado e ONG.
O público-alvo para a materialização do PNCIE 2024-2027 são os funcionários públicos, juventude, população residente no interior e exterior de Angola, organizações da sociedade civil e grupos de pressão nacional e internacional, fazedores de opinião, partidos políticos, comunidade académica, representantes do corpo diplomático acreditados em Angola, titulares de cargos públicos, governos dos países nos quais Angola não tem representação diplomática, responsáveis de organizações bilaterais e multilaterais, agências internacionais de relações públicas e de lobbyng, comunidade de investidores.
"No âmbito da comunicação digital, o Ministério das Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social, enquanto responsável pela coordenação da comunicação institucional do Executivo, irá proceder à elaboração, aprovação e adopção ao nível das Instituições do Estado, um conjunto de procedimentos e requisitos essenciais para intensificar, harmonizar, ampliar, reforçar e tornar mais eficaz a comunicação do Governo nas diversas e progressivas plataformas e redes sociais, dedicando especial cuidado e pressão acrescida para os mais jovens e adultos", refere o documento.