À saída do encontro, o governante português explicou que foram abordados na conversa temas diversos das relações entre os dois países, nomeadamente a económica, com destaque para o simbólico projecto da Muxima, que inclui ma vasta reabilitação do centro urbano e da basílica.

Citado pela Lusa, na quarta-feira, Medina disse que a Muxima está já a ser reabilitada e acaba de ver acrescentada capacidade para terminar o trabalho, nomeadamente o aumento da linha de crédito portuguesa de 1,5 mil milhões para 2 milhões de euros.

"É um sítio muito importante que, graças a este trabalho entre Angola e com o apoio de Portugal, está a começar a andar, mas ganhou agora as condições da sua viabilidade para a sua concretização", frisou Fernando Medina, que na terça-feira se deslocou à vila da Muxima para uma visita à obra.

Na audiência, que reputou "de muito importante, muito franca e muito produtiva", foi igualmente abordada as oportunidades de investimento definidas pelo Estado angolano, para a diversificação da base económica produtiva de Angola, do reforço das infraestruturas fundamentais.

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"E também relativamente ao capital humano, de que forma é que Portugal pode contribuir, através das suas empresas, dos seus instrumentos financeiros, para que mais rapidamente esses projetos estejam ao serviço das populações", realçou.

De acordo com Fernando Medina, Portugal transmitiu também ao chefe de Estado angolano que foi alargada a linha de crédito de 1,5 mil milhões de euros para dois mil milhões de euros para poder apoiar mais projectos de investimento a realizar em Angola.

O titular da pasta das Finanças de Portugal salientou que esta linha de financiamento é permanente, para ir financiando projectos definidos pelo Estado angolano, sublinhando que as condições de retorno dos financiamentos resultam do entendimento entre o Estado angolano e os bancos financiadores.

"Cada operação tem o seu consórcio de financiamento, pode ser o Caixa Geral de Depósitos, pode ser um consórcio de outros bancos, e é nestes contratos específicos que ficam definidas essas condições. Por regra, até agora, estão definidos um prazo de dez anos de condições de reembolso", disse.

O governante português disse que está a avaliar com a sua homóloga a possibilidade de se alargar o prazo para o que ditam as regras internacionais, que permitem ir até aos 15 anos, "apoiando melhor as condições de reembolso por parte do Estado angolano desses financiamentos".

O programa de visitas de Fernando Medina prevê para ainda hoje encontros com o ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, Manuel Nunes Júnior, e com o ministro da Economia e Planeamento angolano, Mário Caetano, estando o seu regresso à Portugal previsto na manhã de quinta-feira.