Na sua intervenção realizada esta sexta-feira, João Lourenço lembrou que já passaram quase dois anos desde que a pandemia se instalou em todo o mundo e que o perigo ainda se mantém, sendo, por isso "constrangedor constatar que o ano que agora termina não é ainda o do regresso à normalidade".

"A realidade dos factos no mundo aponta para uma propagação muito rápida do vírus SARS COV-2 na sua mais recente variante, o que nos alerta para a necessidade de se encarar a situação com a seriedade que se impõe", apontou.

"O aumento vertiginoso do número de casos nos últimos dias levou as autoridades angolanas a introduzir um conjunto de medidas preventivas que, se contarem com a colaboração dos cidadãos, podem garantir-nos um início de ano sem grandes sobressaltos e fazer de 2022 o ano do tão almejado regresso à normalidade", acrescentou.

Face a este cenário, o Chefe de Estado voltou a enfatizar que "a vacinação em massa dos cidadãos continua a ser a medida mais eficaz na luta contra esta pandemia", garantindo que o País "dispõe de vacinas em quantidade suficiente e à disposição gratuita de todos os cidadãos residentes" no País.

"Mais uma vez, apelamos aos cidadãos a comparecerem nos postos de vacinação para apanhar a vacina, e que tenham em conta que só está realmente protegido quem apanhar as duas tomas da vacina, dentro dos prazos que as autoridades sanitárias definiram", disse.

João Lourenço fez questão de lembrar que "em dois anos, esta pandemia prejudicou a vida das pessoas, das famílias, das empresas e das economias mundiais independentemente da sua robustez" e "reduziu a produção e oferta de bens e de serviços, encareceu o preço do frete marítimo, estrangulou toda a cadeia logística do comércio mundial e aumentou o desemprego e, consequentemente, a pobreza e a fome".

O Presidente lembrou que "neste mundo globalizado, Angola também sente as consequências nefastas da pandemia" e que para fazer face a este cenário, o seu Governo avançou com várias medidas, "nomeadamente fiscais para reduzir os preços de alguns produtos essenciais e de grande consumo, aumentando o poder de compra dos cidadãos menos favorecidos".

Mostrou-se esperançado que 2002 seja melhor: "Em termos de crescimento económico, perspectivamos um bom ano de 2022, mas este prognóstico só será realizável se conseguirmos chegar o mais próximo possível do normal, com níveis baixos de incidência do COVID-19, para que as empresas produzam os bens e serviços essenciais para o consumo e para exportar, garantindo assim a manutenção e a criação de novos postos de trabalho".

E manifestou um especial "gesto de solidariedade para com os doentes acamados, os internados em lares de acolhimento de crianças e da terceira idade, os sem abrigo, os cidadãos privados da sua liberdade, os aquartelados e todos aqueles não citados que, por diversas razões, se vêm privados do convívio familiar".

"Uma palavra de encorajamento e solidariedade para as populações do sul de Angola, do Cunene, do Namibe e da Huíla, vítimas directas das alterações climáticas cujas consequências são, no caso concreto dessas províncias, a seca severa e continuada que ameaça a vida das pessoas e do gado", acrescentou.