João Lourenço, no discurso que proferiu por ocasião do jantar oficial que lhe foi oferecido pelo seu homólogo ganês, Nana Akoufo-Addo ,em Acra, sublinhou a longa experiência do Gana na extracção de ouro e apontou como azimute levar a que essa experiência possa ser aproveitada por Angola, que está a lançar este sector na província da Huíla.

Para isso, sublinhou, é importante ter em conta toda a linha que vai da prospecção à comercialização, passando peloa exploração e industrialização da fileira do ouro.

A questão da criação de uma rota Luanda-Acra foi outras das apostas enfatizadas por João Lourenço na forma como vê o futuro das relações bilaterais.

"Gostaria de colocar ênfase na necessidade de fazermos tudo ao nosso alcance para vencermos esta sensação de letargia que há na relação entre os nossos dois países e, para este efeito, considero importante o estabelecimento da ligação aérea entre Luanda e Accra, a ser assegurada pela TAAG", disse, citado pela Angop.

Neste jantar, na segunda-feira, onde estiveram as comitivas dos dois países, o Chefe de Estado angolano defendeu ainda que as relações bilaterais tem, necessariamente, que adquirir uma cadência mais condizente com os interesses e as perspectivas de cooperação delineada aquando da visita de Nana Akoufo-Addo a Angola, em 2019.

A Angop recorda que, na ocasião, os dois países assinaram um Memorando de Entendimento sobre Educação e um Acordo sobre a Supressão de Vistos em passaportes diplomáticos e de serviço, sendo que este último já foi, recentemente, ratificado pela Assembleia Nacional, salientou João Lourenço.

"Penso que as questões sobre a cooperação entre os nossos dois países, quer as que já estão em curso, como outras que fazem parte de um novo conjunto de interesses comuns, devem ser objecto de apreciação e decisão na próxima sessão da Comissão Mista, a realizar o mais breve possível", disse.

Considerou ser necessário criar um vasto campo de cooperação em vários sectores, com destaque para o da agro-pecuária e pescas, energia, transportes marítimos e ferroviários, recursos minerais, indústria, turismo e outros que vierem a ser identificados.

Lembrou que existe um grande fluxo de cidadãos da África Ocidental para Angola, onde realizam negócios diversos, movimento este, que se poderá intensificar com a abertura da ligação aérea.

Considerou que a ligação aérea poderá incrementar a procura recíproca de investimentos, a serem realizados por empresários desta região, conferindo ao Gana uma posição de placa giratória entre a África Ocidental e a África Austral.