Cravinho vem a Luanda depois de uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia (UE), ontem, em que os 27 voltaram a discutir a política de sanções contra a Rússia devido à sua agressão militar à Ucrânia.
O chefe da diplomacia portuguesa, à saída do encontro, recordou que foi aprovada na sexta-feira passada "um novo pacote de sanções, abrangendo o carvão", e que abrange também "outros elementos novos, novas individualidades e novas entidades", avançando que a EU não ficará por aqui.
"Sabemos que esse não é o fim da história. Isto é, sabemos que haverá mais sanções. Terá de haver uma intensificação das sanções nas próximas semanas, e sabemos também que essa intensificação passará pelo petróleo, e Portugal está alinhado com esse movimento, que tem dimensões técnicas que estão ainda em discussão, mas Portugal apoiará", declarou.
O governo português pretende "perceber melhor" a forma como Angola está "a ver o relacionamento bilateral e o quadro" em que Portugal se move actualmente, "seja em África, na Europa e no contexto internacional mais genericamente", segundo o ministro, que chega um dia depois de o Executivo angolano ter informado que adoptou medidas para minimizar o efeito das sanções sobre a Alrosa, o gigante russo que explora a mina de Catoca, fornecedora da maior parte dos diamantes nacionais, em parceria com a diamantífera nacional Endiama.
João Cravinho, ao vir a Luanda, "responde" também a um repto lançado por João Lourenço durante um encontro com o embaixador português em Angola, Francisco Alegre, também ele novo no cargo, no sentido de Portugal desempenhar um papel importante no processo de diversificação da economia de Angola.
Para além disso, e como o MNE português sublinhou antes de iniciar esta visita, "Angola é um parceiro bilateral da maior importância, é neste momento também presidência da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] e, portanto, há uma dimensão simbólica".
"Há também uma dimensão prática, porque permitirá tomar contacto com os nossos agentes económicos, com a comunidade portuguesa em Angola e obviamente, acima de tudo, com as autoridades angolanas", afirmou, citado pela imprensa portuguesa.
Para o governante português "era muito importante sinalizar (...) a importância, a centralidade" que Angola tem para a política externa portuguesa.