João Lourenço defendeu que se se tiver de castigar algum prevaricador que se faça, mas enfatizou que se "façam os possíveis, igualmente, para não matar o futebol angolano nem comprometer o campeonato nacional".

Em conferência de imprensa, na província de Malanje, onde cumpre uma visita de dois dias que termina esta quinta-feira, o Chefe de Estado avançou ainda que "a situação que se está a viver (ver links em baixo nesta página) ameaça o futebol angolano".

João Lourenço manifestou igualmente o desejo de a selecção de Angola vencer esta quinta-feira, no Lubango, a selecção de Madagáscar para se apurar directamente para o CAN.

"Apesar deste golpe que o futebol angolano acaba de apanhar, a nossa selecção vai vencer este jogo", referiu João Lourenço.

A Federação Angolana de Futebol (FAF) suspendeu recentemente o Petro de Luanda, de toda actividade desportiva, por dois anos, por alegado envolvimento dos bicampeões angolanos em esquemas de corrupção.

O castigo é aplicado pelo "não cumprimento do dever de colaboração a que está adstrito com a FAF, no âmbito do processo disciplinar instaurado", lê-se no comunicado do organismo.

Em causa está um áudio divulgado nas redes sociais no qual o jogador do Petro Márcio Luvambo confirma que o emblema que representa pagou três milhões de kwanzas à Académica do Lobito para vencer o 1.º de Agosto, em jogo da Taça de Angola da época passada.

O Petro de Luanda venceu por 17 vezes o campeonato angolano de futebol, recorde do Girabola, incluindo as últimas duas edições, em ambas já sob o comando do português Alexandre Santos.

O órgão disciplinar na FAF puniu também o Kabuscorp do Palanca com a pena de descida de divisão, para o segundo escalão, também por corrupção, durante o apuramento para o Girabola, suspendendo o presidente do clube, Bento Kangamba, por quatro anos.

O treinador da Académica do Lobito, Agostinho Tramagal, foi castigado com quatro anos de suspensão, numa punição também por corrupção, após ter admitido a recepção de um milhão de kwanzas.

Também o 1.º de Agosto foi multado em 2.000 kwanzas, por inobservância dos seus deveres com a FAF.

O jornalista Adolfo Manuel, da Rádio Nacional de Angola, é também visado no comunicado da FAF, por ter intermediado o acto de corrupção envolvendo o Kabuscorp e a Académica do Lobito, tendo os autos sido remetidos para as entidades reguladoras da profissão e para a sua entidade patronal.