António Costa, que na segunda-feira foi recebido pelo Presidente João Lourenço, que atapetou a chegada da comitiva portuguesa com elogios às relações políticas entre os dois países e apelos à necessidade de "aumentar o investimento português em Angola e onde for possível", considera que se trata de um passo para desburocratizar e aliviar a procura junto dos serviços consulares.

O governante português, que trouxe consigo os seus ministros das Finanças, Fernando Medina, dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, da Economia, António Costa Silva, da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Francisco André, adiantou que será possível "o reconhecimento biométrico com total segurança, aliviando também a pressão sobre os serviços consulares" de Portugal.

Na bagagem, Costa e o seu batalhão de ministros trouxeram um novo programa de cooperação até 2027 e o reforço da linha de crédito empresarial para dois mil milhões de euros.

Na segunda-feira foram assinados igualmente o 5° aditamento à convenção entre Angola e Portugal relativa à cobertura de riscos de créditos à exportação de bens e serviços de origem portuguesa para Angola; vários contratos de financiamento entre a Caixa Geral de Depósitos e Angola, nomeadamente para o projecto de empreitada de reabilitação da Estrada Nacional 250 (troço Lumege - Cameia - Luacano - Luau, na província do Moxico), para o projecto de mobilidade na província de Cabinda (eixo Cacongo - Miconje); e para a conclusão e reparação da auto-estrada N"Zeto-Soyo;

Foram também assinados um memorando de entendimento no âmbito da formação, apoio laboratorial, troca de informações e partilha de boas práticas entre a Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar de Angola (ANIESA) e a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica de Portugal (ASAE); um memorando de entendimento entre o Instituto Nacional de Infra-estruturas da Qualidade (INIQ) e o Instituto Português de Qualidade (IPQ) relativamente ao Acordo de Licença de Uso da Versão Portuguesa de Normas Europeias;

Um protocolo de cooperação entre o Serviço de Investigação Criminal de Angola (SIC) e a Autoridade de Segurança Alimentar de Portugal (ASAE); um protocolo de cooperação em assuntos do mar entre a Direcção Nacional para os Assuntos do Mar e Recursos Marinhos da República de Angola e a Direcção Geral de Política do Mar do Ministério da Economia e Mar da República Portuguesa;e um outro de cooperação técnica bilateral entre o Instituto Angolano das Telecomunicações (INACOM) e a Autoridade Nacional de Comunicações Portuguesa (ANACOM).

Um memorando de Entendimento entre o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias da Informação e Comunicação Social de Angola e a Agência Espacial Portuguesa - Portugal Space; um protocolo entre o Centro de Formação de Jornalistas de Angola e a Lusa para formação profissional de jornalistas; e um memorando de entendimento entre a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande, S.A. e a Administração dos Portos de Sines e do Algarve, S.A. foram outros dos 13 instrumentos jurídicos assinados entre os dois países.

No final da assinatura dos 13 documentos, o Presidente João Lourenço afirmou que o número, considerado de azar, passou a ser de sorte e sintomático do empenho no futuro das relações entre os dois países.

"Para alguns, o número 13 é número de azar, mas, no nosso caso, é um número da sorte, a julgar pelo número de instrumentos jurídicos que acabámos de assinar e que reflectem o nível de relação entre os dois países e a vontade das partes, governantes e povos, para tudo fazer para que, mesmo sendo boas, num futuro breve passem a ser ainda melhores", afirmou João Lourenço.